A movimentação em torno da prefeitura de Goiânia, com demissão coletiva de secretários e novas nomeações para os cargos chegou ao ápice na manhã desta segunda-feira (5), com entrevista coletiva dos ex-secretários e pronunciamento do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz. Após Daniel Vilela, presidente do MDB Goiás, confirmar o rompimento com a gestão, Rogério Cruz afirmou que só Daniel e seu grupo deixavam a prefeitura e não o MDB.

Em entrevista para a Sagres, o vereador do MDB, Henrique Alves, explicou o motivo dos vereadores continuarem na base da prefeitura. “Nós nos reunimos, não só os seis vereadores do partido, como também os seis primeiros suplentes do MDB, no sentido de tomar uma posição única e optamos, pelo menos nesse primeiro momento, em dar um voto de confiança ao prefeito”.

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Além disso, Henrique declarou que é importante dar governabilidade para a nova gestão e, ao mesmo tempo, fiscalizar se Rogério Cruz cumprirá com as propostas que foram feitas à população. “Nós estamos com 3 meses de gestão. Claro que nós entendemos toda essa situação, com eventuais desconfianças que tenham em relação a própria gestão do prefeito, mas eu acho que é necessário aguardar alguns meses para a gente, efetivamente, fazer uma avaliação mais segura”.

Segundo o vereador, o presidente Daniel Vilela deu liberdade aos vereadores para continuarem ou não na base da prefeitura. Os vereadores permanecem, mas essa posição pode ser revista caso a gestão, de fato, não seja de continuidade. “Eu tenho certeza que falo por mim e pelos demais vereadores, que nós estamos à disposição para poder sentar, discutir e debater a situação da prefeitura a qualquer momento”.

A suspensão dos contratos de reconstrução asfáltica, para a investigação de supostas irregularidades com a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi classificada como natural pelo vereador, que afirmou que Rogério “tem todo direito de reavaliar atos normativos da gestão anterior”.

Porém, Henrique Alves deixou claro que não assinou o requerimento da CEI e criticou a paralisação das obras. “É claro que se houver irregularidades, que elas sejam investigadas. Mas, principalmente, que nós não tenhamos uma obra parada na cidade de Goiânia, porque aí o prejuízo é muito maior”. O vereador ainda considerou a decisão precipitada, pois as investigações poderiam prosseguir com a continuidade das obras.

Cargos na prefeitura

Questionado se o fato dos vereadores terem familiares com cargos na prefeitura não pesou para decisão de permanecerem como base, Henrique afirmou que essa é uma questão secundária e que não tem nada a ver com a decisão tomada.

“Eu, pessoalmente, sempre tive um perfil mais técnico, independentemente, do prefeito contemplar ou não pessoas que nos ajudaram na campanha. Eu vou seguir fiscalizando e, claro, trabalhando para dar governabilidade ao prefeito e votando aqueles projetos que são bons para cidade. Isso não vai, de forma nenhuma, influenciar o nosso posicionamento aqui na Câmara Municipal de Goiânia”, encerrou.