O anúncio do secretariado de Maguito Vilela (MDB), realizado na manhã de sábado (02), pelo prefeito em exercício Rogério Cruz (Republicanos) gerou insatisfação por parte do vereador Kleybe Moraes (MDB).

O parlamentar afirmou que nenhum vereador foi comunicado sobre o anúncio dos nomes que passam a compor o secretariado, nem mesmo Romário Policarpo (Patri), presidente da Câmara. Além disso, o Moraes demonstrou contrariedade com o retorno de Alessandro Melo para a Secretaria de Finanças, que deixou a pasta em agosto de 2020.

Em entrevista exclusiva ao Sinal Aberto I, Kleybe Moraes explicou os motivos de sua insatisfação e declarou oposição a gestão de Rogério Cruz. “Já estávamos tendo alguns desgastes dentro dessa equipe de transição dentro da cúpula da igreja Universal. Então eu serei oposição A cúpula da Igreja Universal que comandará a prefeitura de Goiânia até o retorno do prefeito Maguito Vilela”.

“Tenho vários motivos para isso, o último motivo foi a nomeação do Secretário de Finanças Alessandro Melo, que foi demitido pelo ex-prefeito Iris Rezende em agosto do ano passado por suspeita de esquema de corrupção. Essa gestão não sei por birra com o prefeito Iris Rezende ou porque quer ter o cheiro de corrupção, convida o mesmo secretário que foi demitido por suspeita em esquema de corrupção para tomar conta do dinheiro da prefeitura e do do dinheiro da população de Goiânia”, ressaltou.

O emedebista relatou que sempre deixou claro para Maguito Vilela que não trabalharia com Alessandro Melo. “Saiu no jornal que o Alessandro Melo ia fazer parte da coordenação de campanha, eu me reuni com o Maguito e falei: Isso é verdade, porque se for eu estou retirando a minha candidatura. Não serei candidato a vereador, porque não vou andar com esse tipo de gente“, revelou.

O parlamentar ainda falou da relação de Alessandro Melo com Agenor Mariano, novo secretário de Planejamento Urbano e Habitação, pasta que já ocupou entre janeiro de 2017 e abril de 2018.

“Esse rapaz está com a sua turma, desde a gestão do Paulo Garcia, dentro da prefeitura de Goiânia. Quem era vice-prefeito na gestão do Paulo Garcia? Agenor Mariano, então por onde ele passa ele leva esse Alessandro Melo, a turma dele lá (…). Enfim, toda a patota dele e ele tenta entrar em várias secretarias, a que ele não consegue o secretário é derrubado, demitido”, declarou.

Moraes afirmou que só volta para a base após conversar com o prefeito Maguito Vilela. “Essa foi a fagulha que faltava para explodir, foi a gota d’água para o copo transbordar, não vou andar com esse tipo de gente, não vou fazer parte dessa patota da igreja Universal. Estou fora, só retorno para base depois de conversar com o prefeito Maguito Vilela e ele retomar as atividades”, salientou.

Corrupção

Kleybe Moraes acusou o Alessandro Melo de corrupção durante a gestão de Iris Rezende. De acordo com o vereador, o secretário teria tentado comprar um sistema de informática para arrecadação, por R$ 9.000.000, em meio a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

“Eu subi a tribuna da Câmara Municipal, denunciei e ofereci denúncia ao Ministério Público, conversei com Iris Rezende, passei mensagem para o Agenor Mariano… Fiz um reboliço nos bastidores,” revelou.

Moraes ressaltou que Alessandro Melo também casou problemas na Secretária de Saúde. “Todos o problemas que a Fátima Mrué teve na Secretária de Saúde, passaram por esse rapaz, ele fica nos bastidores junto com a patota dele e Agenor Mariano, tentando entrar dentro das secretarias. Até que eu denunciei, bate pesado e o prefeito Iris Rezende tirou aquele que era a única fagulha de esquema de corrupção que tinha dentro da prefeitura de Goiânia (…). Por onde esse rapaz passa o cheiro de corrupção fica impregnado no ar”, concluiu.

Vale ressaltar que quando Alessandro deixou o cargo, em agosto de 2020, a assessoria de imprensa informou que ele pediu para sair e que não houve demissão.

Cúpula da Universal

Durante a entrevista, Kleybe Moraes disse que a prática o grupo político formado pela “Cúpula da Universal” que está liderando a prefeitura e, não Daniel Vilela e as lideranças do MDB.

“Podem ir lá no sexto andar do Paço Municipal onde está acontecendo o evento de posse do nosso secretariado que vão ver que os pastores da Universal não estão nas suas igrejas, estão lá”, declarou.

“Estamos vendo a alta cúpula da Igreja Universal usando tornozelera, em esquema de corrupção. Os cariocas que perderam a prefeitura do Rio de Janeiro migrando para Goiânia, Então não quero me misturar com esse pessoal”, finalizou.

O emedebista destacou que espera pela volta de Maguito Vilela para poder dar continuidade a gestão do ex-prefeito Iris Rezende e afirmou que “de uma forma geral que muitos (vereadores) estão insatisfeitos” com essa situação.