(Foto: Rubens Salomão / Sistema Sagres)

O sentimento de independência da Assembleia Legislativa em relação ao Poder Executivo ganhou reforço depois da visita do govenador Ronaldo Caiado (DEM) à Casa na terça-feira (22). “O governador elevou o tom de sua fala nos debates com os parlamentares durante sessão na Comissão Mista sobre o decreto de calamidade econômica. “Ele estava com o revanchismo no coração e deu muito chute e canelada para todo lado”, disse o deputado estadual reeleito Lucas Calil (PSD).

Calil foi um dos que se envolveram no embate com Caiado. O governador tinha afirmado que as secretarias extraordinárias só serviam para conchavos políticos. O deputado reclamou que quando ocupou uma delas trabalhou em prol da juventude. A postura do governador, na visão de Calil, enfraquece a candidatura do deputado Álvaro Guimarães (DEM), candidato de Caiado e apoiado pelo deputado do PSD, à presidência da Assembleia Legislativa. Apesar disso, ele é realista: “Álvaro é muito ligado ao governador e até submisso a ele”, afirmou. A eleição será nesta sexta-feira (1º) logo após a posse dos novos deputados estaduais.

O deputado aponta a demora Caiado de sentar com deputados de sua base aliada para definir nomes para cargos de segundo e terceiro escalões como outro problema para a eleição de Álvaro à presidência da Assembleia. “Há uma inércia do governador em decidir atenderá os deputados que o ajudaram na eleição. Falta vontade de Caiado de ter uma conversa com os deputados”, disse, citando pastas que ainda estão vagas, mesmo passado que um mês da posse do governador, como Juceg, Fapeg e Goiás Fomento, CelgPar, entre outras.

Apesar de ter sido da base aliada de Marconi Perillo e José Éliton, Calil diz ser favorável à intenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de fazer uma Tomada Especial de Contas para investigar o convênio Goiás na Frente.

Segundo informações do secretário de Governo Ernesto Roller foram celebrados 221 convênios entre a Segov e os municípios com a promessa de liberação de R$ 500 milhões pelo Goiás na Frente, criado pelo governo anterior como programa de investimento. No entanto, o secretário informou à Rádio Sagres, dia 15, que foram liberados apenas R$ 166.128.532,47, restando uma dívida de R$ 333.871.468,00, em um total de 1.968 parcelas não pagas. “Eu vejo a agonia dos prefeitos com os convênios que não foram cumpridos”, justifica Calil.

O deputado diz que nesta segunda-feira votará favoravelmente em segundo turno o projeto de reforma administrativa proposta do governo. Ele reafirma, que o projeto aumenta os custos em quase R$ 400 milhões, para ele uma contradição, já que o momento é de contenção de gastos. “Estou votando para dar governabilidade ao governo”, justificou.

Ouça a entrevista completa:

{source}
<iframe width=”100%” height=”166″ scrolling=”no” frameborder=”no” allow=”autoplay” src=”https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/565834683&color=%23ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true”></iframe>
{/source}