Nas redes sociais, Elyeser e Léo Sena ofendem nordestinos após eleições presidenciais 

Insatisfeitos com os resultados das eleições presidenciais deste domingo, o volante Elyeser e o meia Léo Sena ofenderam nordestinos em uma postagem no Instagram, com a mensagem “O Nordeste vota no Haddad e depois muda para São Paulo procurando emprego”. A publicação foi apagada horas depois, mas ficou o tempo suficiente para revoltar torcedores. A diretoria esmeraldina foi questionada sobre o assunto, mas declarou que não vai tomar nenhuma atitude.

A mensagem mais impactante é de Elyeser. Nascido em Abaetetuba, no Pará, o jogador destinou a crítica aos nordestinos, mas os paraenses também escolheram Fernando Haddad como o preferido nas urnas, com 41,39% dos votos válidos, enquanto Jair Bolsonaro ficou em segundo lugar, com 36,19%.

O único estado nordestino em que Fernando Haddad não venceu foi o Ceará, terra de Ciro Gomes, candidato que ficou na terceira colocação geral e fora do segundo turno. A vitória de Haddad, no Nordeste, o garantiu no segundo turno das eleições, com 29,28% dos votos válidos no Brasil.

No restante do país, com exceção do Pará, da região Norte e de Elyeser, Jair Bolsonaro teve ampla maioria, com 46,03% dos votos válidos e vitória em todos os outros 16 estados da federação, além do Distrito Federal.

Por conta das postagens, Elyeser e Léo Sena podem até responder por crime de discriminação ou procedência nacional. Recentemente, o Ministério Público denunciou várias pessoas pelas mensagens preconceituosas e de incitação ao ódio. A dupla pode ser denunciada pelo artigo 20, parágrafo 2 da Lei de Crime Racial – Lei 7716/89 – com pena de dois a cinco anos de reclusão.

Em recuperação após romper o ligamento do joelho, Elyeser está distante dos gramados desde março. Já Léo Sena, após ter perdido espaço com a chegada de Ney Franco, recuperou o prestígio e foi utilizado nos últimos três jogos, um deles contra o Paysandu, onde foi titular.

Léo Sena é paulista e, antes de chegar ao Goiás para jogar nas categorias de base, passou pelo Paraná e interior de São Paulo.

No elenco esmeraldino, há nove nordestinos, como o goleiro Tiago Cardoso (Piauí), Victor Ramos (Bahia) Caique Sá (Bahia), Edcarlos (Bahia), William (Sergipe), Gilberto Júnior (Bahia), Renato Cajá (Paraíba), Viçosa (Alagoas) e Maranhão (Maranhão).

RESPOSTA DA DIRETORIA

Sobre a declaração de Elyeser e de Léo Sena, a diretoria esmeraldina não vai tomar nenhuma atitude. Questionado, o vice-presidente Mauro Machado disse que “o jogador tem direito de se expressar politicamente e que o clube tem de respeitar o posicionamento político dos atletas”. O dirigente também acredita que isso não vai manchar a imagem do clube.

“A atitude não foi tomada pelo Goiás. Foi tomada por funcionários. Nós não temos o direito de reprimir as manifestações no exercício de sua plenitude mental de nenhum cidadão. Podemos não concordar, mas não temos poder de repreensão a isso. Entendo a indignação de algumas pessoas, mas não podemos punir ou tomar qualquer tipo de ação contra os nossos funcionários”, concluiu