Desde março do ano passado, as escolas públicas de Goiás estão fechadas. A pandemia obrigou que toda a educação pública interrompesse as aulas. Com o prolongamento do período de afastamento social, as secretarias estaduais e municipais de todo o país tiveram que inovar e instituir o formato on-line de ensino.
É claro que em um país como o Brasil, com sérios problemas estruturais seculares, não conseguiria atingir todos os alunos da rede pública por meio do ensino on-line. O resultado foi uma enorme defasagem no acesso aos conteúdos e no desenvolvimento educacional de toda uma geração de estudantes.
Nesta semana, o governo de Goiás retomou as aulas presenciais em todo o estado. A decisão gerou polêmica, uma vez que os índices de contaminação e ocupação das UTIs ainda são altos.
Mas como o estado se preparou para este retorno às aulas? Qual a segurança que pais, alunos e professores podem ter neste momento? Sobre isso eu conversei com a superintendente de Atendimento e Organização Educacional da Secretaria estadual de Educação, Patrícia Morais Coutinho.
A superintendente explica que o monitoramento da situação para o retorno às aulas vem ocorrendo há meses, em conjunto com outros institutos. Patrícia afirma que o ensino remoto não gera a mesma qualidade de aprendizagem em todos os alunos. Duas avaliações diagnósticas apontaram lacunas na aprendizagem, mesmo com 187 dias de ensino remoto ao longo do ano. Para recuperar esse prejuízo, diz, só com ensino presencial.
Para isso, a Secretaria de Educação criou um protocolo de segurança e organizou as escolas, enquanto o Centro de Operações de Emergências (COE), ligado à Secretaria de Saúde, publicou uma nota técnica ampliando o atendimento nas escolas em até 50% dos alunos, ou seja: temos um ensino híbrido, parte presencial, parte ainda on-line. Apesar da nomenclatura rebuscada, a orientação é para o uso obrigatório de máscaras dentro das escolas; distanciamento das carteiras escolares e de outros equipamentos de áreas comuns; escalonamento dos horários de entrada e saída; e entrega e consumo das merendas dentro de sala de aula, nada que fuja à regra básica de evitar aglomerações.
A ideia é fazer de cada turma uma pequena “bolha” dentro das escolas, restringindo o contato com os demais alunos e profissionais do local.
A resistência dos alunos ao retorno às salas tem sido baixa, relata Patrícia. Entre os profissionais, em parte, ainda pairam medo e insegurança. Para uma melhor readaptação, as escolas estão acolhendo os alunos por meio de dinâmicas de engajamento e entrosamento, enquanto há um cuidado psicológico maior quanto aos profissionais da educação. “Temos alunos que se tornaram órfãos, outros perderam parentes e amigos. Temos que respeitar a situação de cada um”, destaca.
De toda forma, o calendário letivo está sendo seguido com ajustes desde 2020. Muito terá que ser feito para recuperar este déficit educacional causado pela pandemia. Os profissionais da educação estão empenhados nesta tarefa. Cabe ao governo os investimentos necessários para esta retomada.
FPC: Sucata eletrônica vale ouro
O quadro Faz Parte do Cenário desta semana traz um assunto que está no topo da pauta ambiental: a reciclagem e reutilização de sucata eletrônica é o foco do projeto Sukatech, que recolhe e destina equipamentos eletrônicos que estão fora de uso para reciclagem e reuso, quando possível. Vale a pena conferir.
Programa Completo
Temas Abordados
– Governo libera retorno às aulas em meio ao aumento de casos de Covid https://youtu.be/AywUhRSYiZw
– Conheça as medidas adotadas pelo Governo de Goiás para a volta às aulas https://youtu.be/XeoH_RMpuxk
– Ensino híbrido permanece. A escolha é da família https://youtu.be/uzg-oQToiG4
– É preciso acolher os alunos neste momento https://youtu.be/qrMXrgZrh9U
– Calendário letivo pouco mudará https://youtu.be/JTIKSbmLIT0
– Educadores aderem ao retorno, mas o medo ainda está presente https://youtu.be/mJ2poU19ka4
– FPC: Sucata eletrônica vale ouro https://youtu.be/RLavwnl-5FI