Wagner Lopes e Maurício Barbieri trabalharam juntos em 2010 (Foto: Murilo Reis/IGoDD)

Além da pressão e do placar adverso que o Goiás precisa reverter para conquistar o título do Campeonato Goiano, o técnico Maurício Barbieri vive um drama ainda maior fora das quatros linhas. Há uma semana, Tito, filho de um ano e dois meses do treinador esmeraldino, está internado no Rio de Janeiro com bronquiolite. Mesmo assim, Barbieri continuou o trabalho no Goiás.

Em entrevista na manhã desta sexta-feira (19), o adversário da grande final comentou o drama vivido por ele. Técnico do Atlético, Wagner Lopes trabalhou com Maurício Barbieri em 2010 no antigo PAEC (atual Audax) e se solidarizou com o colega de prosissão.

“Eu não falei com ele, mas tenho um respeito muito grande porque trabalhamos juntos. É muito difícil sim, já passei por isso também e é muito complicado. Eu sou solidário a ele em relação a isso”.

O comandante do Dragão aproveitou ainda para criticar a impaciência dos clubes, principalmente brasileiros, em relação ao trabalho dos treinadores. No início desta semana, após a derrota para o Atlético, a diretoria do Goiás não garantia a permanência de Barbieri no comando do clube. Após uma reunião, o técnico teve seu cargo garantido até, pelo menos, a decisão desde domingo (21).

“É uma pena porque muitas vezes o trabalho é bem feito e o resultado não vem. A maioria das pessoas, é até cultural isso, olha o resultado, torce pelo resultado, ama o clube, mas torce pelo resultado. Eu vejo que nada é sozinho, o treinador sozinho não consegue nada, ele precisa da comissão técnica, precisa dos jogadores. É muita engrenagem para se responsabilizar apenas um profissional. Em muitos momentos o treinador é escolhido para acalmar os ânimos, é escolhido para sair como se isso fosse resolver todos os problemas e muitas vezes não resolve. Com dois, três, quatro ou cinco meses de trabalho é muito difícil você implantar filosofia de jogo, metodologia de trabalho”, criticou Wagner Lopes.

Aliás, o treinador não acredita em uma partida fácil no Estádio Olímpico. Apesar da vantagem de poder perder por até dois gols de diferença que ainda assim fica com o troféu do Goianão 2019, Wagner Lopes acredita que a disputa pelo título ainda está aberta.

“Acho que o primeiro jogo não decide nada, decide apenas quem tem vantagem e quem tem a desvantagem. Então o respeito pelo adversário é enorme, como acho que do outro lado também é para conosco. Vejo que é uma vantagem, mas não tem nada definido. Nós precisamos entrar concentrados e saber a maneira de duelar, acelerar e cadenciar. É um jogo muito importante e eu tenho certeza que todo mundo vai dar a vida para sair de lá com o título”, explicou o treinador.