Mais do que lamentação, muita revolta por parte do sempre tão calmo técnico do Atlético, Waldemar Lemos. A decepção ficou estampada na cara do comandante rubro-negro, mas nem tanto pela perda do título, e sim por episódios tristes dentro do campo de jogo oriundos dos gandulas e da comissão técnica do Goiás, que chegaram, nas palavras do treinador, a incitar a violência. Waldemar iniciou o desabafo explicando como estava com vergonha do que viu.

“Saio com um sentimento muito grande de tristeza pelo que aconteceu. Nós estamos em 2013, século XXI, um clássico, dentro de um estádio tão grande, onde deveria ter jogos de Copa e sumir bola em clássico, eu nunca vi isso. Eu nunca vi uma comissão técnica adversária desafiar a outra, nunca vi, incrível. O jogo, lá dentro, nós tivemos condições de melhorar mais o placar, mas foi uma vergonha o que eu vi aqui. O clube adversário não tem necessidade dessas coisas não”

O treinador também comentou sobre a sua equipe, que tinha a taça nas maõs ao abrir dois a zero, teve duas oportunidades para matar o jogo e não conseguiu. Cada vez mais revoltado com os acontecimentos, Waldemar achou espaço para elogiar os seus atletas, que correram e deram o melhor em campo.

“Acho que a gente sai de cabeça erguida, fomos uma grande equipe e jogamos contra uma grande equipe. Nós jogamos, eu preparo a equipe para jogar, não é para o absurdo, que foi o que eu vi aqui, a comissão técnica desafiando os nossos jogadores. Nós somos professores, nós somos educadores, somos pais de família e tem que respeitar”

Por fim, a revolta ainda continuou e ficou evidenciado, com algumas indiretas, que a tristeza maior era com o companheiro de trabalho do outro lado, Enderson Moreira. O que mais teria chateado o técnico do Atlético foi um gesto feito pelo técnico do Goiás quando Waldemar se dirigia para apertar a mão do vencedor Enderson Moreira. Waldemar falou em erros inaceitáveis no mundo do futebol e reconheceu o grande trabalho no Atlético.

“Fiquei decepcionado, procurei para cumprimentar e, infelizmente, o que eu vi foi outra coisa. Século XXI, estamos em 2013, então a chacina está certa, a violência tá certa, o tráfico tá certo, tá tudo certo? Tem coisa mal feita ainda dentro do futebol brasileiro, mandar bater na cara? O nosso grupo, o nosso clube, nossa comissão técnica, nossa diretoria está de parabéns pelo que fizemos em termos de recuperação, isso sim é trabalho dentro do futebol, é coisa digna, é coisa de homem”