As artes marciais são milenares e ganharam mais espaço com os campeonatos de artes marciais mistas. Mas não se trata só de bater ou apanhar, por trás disso, tem muita disciplina, filosofia e inteligência emocional.

Esta semana eu conversei com o campeão brasileiro e mundial de jiu-jitsu, João Roque, que divide sua vida entre a arte marcial e o Direito. Nosso lutador veio de Angola em 1975, com quatro anos, para fugir da guerra civil. Cresceu e aprendeu a lutar no Rio de Janeiro, de onde saiu em 1996 com destino a Brasília.

Confira:

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João Roque sempre gostou de artes marciais. Após poucas experiências nesse tipo de esporte, encontrou no jiu-jitsu a sua paixão. Depois treinou outras modalidades, a exemplo do judô e boxe, mas sempre como complementos ao jiu-jitsu.

A disciplina, o amor e a dedicação à chamada “arte suave” renderam frutos. João Roque foi campeão mundial, campeão panamericano, brasileiro solo e por equipes, campeão internacional e outros títulos importantes. Porém, diz João, “a maior conquista é eu nunca ter desistido quanto atleta”. São 35 anos de prática, neste tempo, cultivou amigos, alunos e professores de treino com quem mantém contato até hoje.

A carreira profissional durou até 2005, quando João passou a se dedicar a formar novos lutadores. Entretanto, em 2017, voltou a competir na categoria master. A pandemia de Covid-19 forçou uma parada nas competições, que aos poucos volta a acontecer.

Jiu-jitsu é uma ciência que está sempre em desenvolvimento. Essa constante descoberta é, para João, o grande desafio e o grande prazer da arte marcial.

Vale lembrar que luta é diferente de briga. Para João, o problema não está no jiu-jitsu, ele é uma ciência, mas na índole de quem usa a arte marcial para agredir. “O jiu-jitsu é um bom instrumento para quem quer se pacificar”, diz, completando que, para se tornar um lutador melhor, em algum momento o praticante tem que se tornar uma pessoa melhor.

João se considera privilegiado por ter ocupado a posição de mestre em uma academia, o que lhe trouxe novas perspectivas e uma nova dimensão sobre o esporte. Passou a cativar e compreender mais as pessoas, dar bons exemplos e ter uma conduta mais correta.

O equilíbrio mental e a espiritualidade sempre contribuíram para a carreira do nosso campeão. Em momentos de grande adrenalina, diz, passam pela cabeça questões como orgulho, vaidade, e aí é fundamental saber escutar e ter equilíbrio mental. Para João a graduação da qualidade de convivência que temos com as pessoas, mesmo que sejam os adversários é também uma busca de espiritualidade.

Quem quiser saber mais, acesse @jroquejj no Instagram ou o site https://www.joaoroque.com.br/

O programa desta semana esteve alinhado com o ODS 3: saúde e bem-estar. Seja qual for a atividade, é bom lembrar que saúde vem em primeiro lugar.

Programa completo:

Temas abordados

– Conheça João Roque, campeão mundial de jiu-jitsu.

– Como foi começar nas artes marciais.

– João Roque: 35 anos e muitos títulos no jiu-jitsu.

– Após se afastar das lutas, João voltou a competir.

– O jiu-jitsu é uma ciência em constante desenvolvimento.

– O jiu-jitsu é um bom instrumento pacificador.

– Equilíbrio mental e espiritual contribuem com um lutador.

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