O ser humano vem estudando e tentando compreender às questões referentes ao mundo desde os primórdios de sua existência. Junto a isso, pessoas e grupos que duvidam de fatos comprovados pela ciência e apresentam versões alternativas para determinados fenômenos também acompanham a evolução do conhecimento.

Um exemplo é a existência de grupos que insistem em negar o genocídio do povo judeu pela Alemanha nazista. Foi para se referir a este grupo que o historiador francês Henry Rousso criou o termo negacionismo. A expressão tem servido para se referir a qualquer discurso que tenta negar um fato cientificamente comprovado.

São vários os exemplos que vão desde a afirmação que a Terra é plana até a negação da emergência climática por conta do aquecimento global. Com a pandemia de Covid-19, a expressão mais visível do negacionismo passou a ser aquela que questiona a eficácia das vacinas.

Uma das razões para a falta de crença desta turma são as informações falsas (fake news), divulgadas em vídeos e em mensagens nas redes sociais, que colocam a segurança das vacinas em dúvida. Para a professora Gabriela Monteferrante, mestre em Ensino de Ciências, o momento atual tem favorecido a disseminação de narrativas que exploram preconceitos.

Construindo o pensamento crítico

Narrativas baseadas em fake news podem servir de ponto de partida para ensinar o funcionamento do método científico para crianças e adolescentes.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina que nos anos finais do Ensino Fundamental, a construção do pensamento científico precisa ser feira a partir das questões que fazem parte do universo social dos estudantes.

Com isso, busca-se que eles entendam diferentes aspectos do mundo que os rodeia e possam “estabelecer relações ainda mais profundas entre a ciência, a natureza, a tecnologia e a sociedade”. Uma das chaves para isso passa pela construção do pensamento crítico.

É muito importante que cada escola e cada professor mostre que a ciência parte da observação de aspectos da realidade para oferecer respostas, ainda que provisórias, para determinadas perguntas. Analisar as fake news pode ser um caminho para aproximar os jovens do estudo da ciência e do desenvolvimento do pensamento crítico.

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