Luziânia (Foto: Arley Cruzper)

A primeira vítima fatal do novo coronavírus em Goiás não tinha diabetes, mas sofria de hipertensão. É o que diz a filha da idosa de 66 anos, Sandra Souza, em postagem em seu perfil em uma rede social. De acordo com ela, os problemas pulmonares da mãe foram causados pela covid-19. 

“Estão dizendo que minha mãe possuía várias comorbidades, sendo que a única coisa que ela tinha era hipertensão. NÃO era diabética. E os problemas nos pulmões foram causados pelo coronavírus. Ela estava bem, cumpriu a quarentena imposta. Não viajou para o exterior e passava a maior parte do tempo na isolada na fazenda”, disse na postagem.

A idosa, que morava em Luziânia, foi trazida na madrugada de quinta-feira (27) para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), mas não resistiu e veio a óbito. De acordo com Sandra, a mãe teve de aguardar vaga na UTI da unidade, após horas de viagem até a capital. “Foi negligenciada assim que chegou no HDT em Goiânia, que mesmo sendo regulada para a unidade, teve que ficar quase uma hora aguardando UTI após 4 horas de viagem”, afirma. 

O marido da idosa, pai de Sandra, que também sofre de hipertensão e estava se recuperando de uma pneumonia, também veio para Goiânia, mas em estado de choque pela morte da esposa, tornando-se o primeiro paciente do Hospital de Campanha para o Enfrentamento do Coronavírus (HCamp), localizado no prédio do Hospital do Servidor Público, no Setor Parque Acalanto, inaugurado no mesmo dia. Ele tem 72 anos.  

“Quanto ao meu pai, ele é hipertenso e estava se recuperando bem de uma pneumonia e teve que ser levado à UPA por ter entrado em choque com a notícia da minha mãe. Foi encaminhado à Goiânia seguindo protocolos do ministério da saúde. Estava consciente, respira sem aparelhos se recupera bem na medida do possível”, explicou. 

Na quinta-feira (26), data da confirmação da primeira morte por covid-19 em solo goiano, o governador Ronaldo Caiado (DEM) publicou no Twitter a notícia do falecimento da idosa, e disse que ela tinha diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica e, recentemente, foi acometida pela dengue, o que, segundo a postagem de Sandra, não foi o caso da mãe.

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Dia triste. Goiás registrou 1ª morte por coronavírus. Senhora de Luziânia, de 66 anos, hipertensa, com diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, teve dengue recentemente. Não resistiu. Meus pêsames e todo apoio e solidariedade à família. Que Deus conforte o coração de todos.</p>&mdash; Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) <a href=”https://twitter.com/ronaldocaiado/status/1243160007438471168?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 26, 2020</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
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A reportagem do Sagres On entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) pedindo um posicionamento sobre a declaração de Sandra a respeito do HDT e da publicação do governador no Twitter. O espaço segue aberto. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), “pessoas com diabetes, assim como pacientes cardiopatas, com doenças cardiorrespiratórias pré-existentes e idosos, compõem segmento de risco para complicações com a infecção”. Ainda segundo a SBD, “pessoas com diabetes vulneráveis e que provavelmente terão resultados piores se contraírem COVID-19 são aquelas com longa história de diabetes, mau controle metabólico, presença de complicações e doenças concomitantes e especialmente os idosos (>60 anos), independente do tipo de diabetes. O risco de complicações na pessoa com diabetes bem controlado é menor, tanto para o diabetes tipo 1 quanto para o tipo 2”. 

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