As agroflorestas têm potencial natural para mitigar as mudanças climáticas, podem melhorar o rendimento das safras e diversificar a renda dos agricultores. Um artigo publicado na revista científica Nature Climate Change destaca que esse meio de produção é inexplorado, mesmo sendo importante para o mundo atingir um futuro sustentável.

Os cientistas argumentam que agroflorestas podem ser a maior contribuição individual que o setor agrícola pode oferecer ao combate às mudanças climáticas. Nesse sentido, a produção associada à conservação de florestas seria mais eficaz como estratégia do que o reflorestamento, pois elas manteriam a biodiversidade.

A coautora do estudo, Edenise Garcia, explicou que o sistema agroflorestal reduz a perda de floresta para a agricultura com a união dos processos e pode recuperar pastagens degradadas de pequenas propriedades rurais.

“O ciclo de expansão das pastagens muitas vezes começa com o desmatamento em pequena escala, seguido pelo uso do fogo para limpar a área e plantar pastagens, e finalmente, alguns anos depois, culmina com a degradação e abandono da terra”, disse.

Sistema pouco explorado

O estudo sugere que as agroflorestas são uma solução climática natural para sistemas agrícolas em todo o mundo. No entanto, aponta que, apesar do baixo custo, os sistemas agroflorestais são subaproveitados. Portanto, a pesquisa destaca lacunas científicas para a implantação do sistema em larga escala, como cita o autor principal do estudo, Drew Terasaki Hart.

“A ciência pode ajudar a identificar os locais onde o desenvolvimento agroflorestal tem maior potencial de mitigar as mudanças climáticas e, ao mesmo, apoiar a produção agrícola e proporcionar vários outros benefícios, incluindo habitats para as espécies silvestres”, afirmou.

Umas dessas lacunas é relativa a quantidade de carbono que um sistema agroflorestal individual pode reter. Além, ainda, de não existir um mapa de onde estão localizados os sistemas agroflorestais mais ricos em carbono do mundo.

*Com informações do CicloVivo

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