A assinatura de Ronaldo Caiado (DEM) na carta em que governadores rebatem afirmações de Jair Bolsonaro sobre repasses financeiros aos estados, marca posição distante do governador em relação ao presidente, mas sem o rompimento total, como em abril de 2020.
Palacianos ouvidos pela Coluna apontam que os movimentos de Caiado são calculados no sentido de deixar evidente a diferença de pensamento em relação a Bolsonaro, ao mesmo tempo em que tenta “manter uma boa relação com o governo federal”. Uma reação mais intensa, como no início da primeira onda, é descartada no Palácio das Esmeraldas.
“Ele está fazendo uma ginástica, né? Os métodos deles são totalmente diferentes e ele (Caiado) tenta deixar isso claro. No momento com foco total na pandemia, acaba sendo um distanciamento natural. Todos os goianos já sabem, mas é importante estar patenteando isso, enquanto também busca manter o bom relacionamento com o presidente. É um malabarismo, mas ele é contra esse ponto de vista do presidente e, para ser da base, não precisa comungar com tudo ipsis litteris. Neste caso, é preciso demarcar território”, avalia um articulador caiadista ouvido pela Coluna.
O governador adotou a resposta discreta ao presidente, com a assinatura na carta dos governadores, depois que Bolsonaro apresentou no twitter contas de que Goiás recebeu R$ 27,1 bilhões em 2020, sem citar no entanto que o cálculo inclui transferências constitucionais (ou seja, obrigatórias), repasses diretos aos municípios e auxílio emergencial. Na prática, recursos específicos para o combate à covid-19 representam apenas 2% do total publicado.
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Menos leitos
Além dos baixos repasses específicos para o combate à pandemia e a falta de planejamento para a vacinação, o governo Bolsonaro reduziu em 73,4% a quantidade de leitos de UTI financiados. Em Goiás, a queda foi de 80%. Em dezembro, governo federal financiava 12.003 leitos nos estados. Em janeiro, só 3.187.
Oposição
Apesar de desconsiderar rompimento total e migração para a oposição, o governador Ronaldo Caiado recebeu convite para isso. Pelo twitter, o deputado Lucas Calil (PSD) aproveitou a oportunidade e escreveu que, “ao assinar carta contra Bolsonaro, Caiado reacende sua luz própria. Sua vassalagem ao presidente só o diminuiu, e ele sabe disso. Caiado sempre soube quem é Bolsonaro. Sempre foi por conveniência e não por idealismo. Que ele possa recuperar o tempo perdido. Conte comigo da oposição”
Velho debate
A pressão para aposentadoria de Nilo Resende no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), além de deputados estaduais próximos ao quase conselheiro Humberto Aidar (MDB), também chegou ao governo, que já realiza estudos sobre possível extinção do órgão, presente em apenas três estados no Brasil.
Força do Palácio
Caiadistas avaliam que “pode pintar um projeto” do próprio governo para extinguir o Tribunal, se não houver decisão pela aposentadoria. O ex-deputado Nilo Resende, no entanto, tem afirmado a amigos próximos que não tem motivos para se aposentar. Diz que não quer voltar à política e nem morar em fazenda.
Pela lista
Enquanto o governo analisa quanto gasta com o TCM e quanto economizaria com a extinção do tribunal, fica assim a lista de próximos conselheiros aptos à aposentadoria: Nilo Resende já pode deixar o cargo; Valcenor Braz poderá se aposentar em março de 2021 e Joaquim de Castro tem processo aberto e pretende estar apto à aposentadoria até meados do próximo ano.
Possibilidades
Na alternativa de ter mesmo chapa majoritária própria em 2022, o MDB de Daniel Vilela tem avançado em conversas para formação de bloco na oposição com PSL e Patriota. Avanços relativos, claro, já que a decisão sobre rumos para a próxima eleição, deve ser tomada em data próxima às convenções partidárias.
Ufa!
O deputado estadual Major Araújo (PSL) recebeu alta nesta segunda-feira (1º), depois de ficar cinco dias internado com Covid-19. O parlamentar foi diagnosticado com o coronavírus no dia 24 de fevereiro e levado ao Hospital do Coração Anis Rassi, em Goiânia.
Setor de eventos
O deputado estadual Virmondes Cruvinel (Cidadania) realiza uma audiência pública, às 14h, para debater a Política Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos de Goiás (Persego). O projeto prevê auxílio emergencial para trabalhadores do setor, por meio de parcelamento de débitos e novas linhas de crédito.
