O Vila Nova apresentou no início da noite desta segunda-feira (04), Allan Aal como seu novo técnico. O clube confirmou a contratação do profissional no último sábado (02), mesmo dia em que o Vila Nova também tinha anunciado horas antes, a saída de Dado Cavalcanti. Ainda assim, o presidente executivo do Vila, Hugo Jorge Bravo foi quem apresentou Allan Aal na entrevista coletiva. De acordo com o presidente, o momento é de união, para tirar o Vila Nova dessa situação complicada que vive na Série B.

Hugo Bravo - Vila Nova
Foto: Paulo Massad / Sistema Sagres

“É com muita expectativa que a gente apresenta o professor Allan Aal. Ele vem com seu preparador físico, um auxiliar e um analista de desempenho. Além disso vem com muita confiança. Uma pessoa igual a ele acreditar nesse grupo de jogadores, projeto do Vila, é porque a gente tem realmente a possibilidade de sair. Então aproveito a oportunidade, pra me dirigir ao torcedor vilanovense”.

“Eu sei que as coisas não estão bem, é sentimento de vergonha. Tudo que a gente tem feito, se não vier os três pontos, isso pouco importa e o momento é muito delicado. Então quero me dirigir ao torcedor é porque as vezes as coisas quando estão ruins, quando um clube como Vila passou algumas vezes pela terceira divisão, as pessoas se uniram. Dessa forma, quero pedir a todos vocês, para que a gente se una, que a gente mobilize todos, antes de cair. Vamos buscar a nossa melhor forma nesse campeonato, buscar salvar esse campeonato, desde já”, pediu o presidente.

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Allan Aal e o desafio de comandar o Vila Nova

Coletiva de apresentação Allan Vila
Foto: Paulo Massad / Sistema Sagres

O novo comandante colorado terá toda a semana para preparar o Vila Nova para o confronto diante do Bahia, na próxima sexta-feira (08). Além disso são muitas questões que precisam ser vistas e trabalhadas. Sobretudo devido o time colorado estar na lanterna da competição. Além disso, o Vila só venceu uma partida até agora. Então além de trabalhos táticos, técnicos também tem a parte psicológica, já que o ataque não vem marcando gols. Assim, Allan Aal terá um trabalho árduo, pra conseguir fazer o Vila voltar a vencer.

“O que passei para os atletas é que o nosso momento não pode definir quem nós somos. O Vila Nova é uma equipe que sempre foi muito respeitada e até mesmo em alguns momentos, temida. Quando adversários vinham jogar aqui e eu passei por isso, a dificuldade de jogar aqui contra o Vila é muito grande. Então temos que resgatar isso, trabalhando, passando confiança, dando tranquilidade dentro do possível, já que é um momento que exige atitude. Porém exige equilíbrio emocional. Então essa somatória de fatores, acho que nos coloca de novo num caminho que a gente possa sair dessa situação que é ruim, não é esperada por ninguém. E segundo, a gente encarar cada jogo como uma decisão, uma final de Libertadores. Então isso é fundamental e temos que alimentar no dia a dia”, destacou Allan Aal.

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Rendimento individual

Apesar de praticamente todo o grupo vir rendendo abaixo do esperado, Pablo Dyego vem recebendo muitas críticas nas últimas partidas. Coincidentemente o atacante trabalhou com Allan Aal no CRB na temporada passada. No entanto ao ser questionado sobre conversar especificamente com esse jogador, para que volte a ter boas atuações, Allan Aal fez uma análise mais aprofundada.

“Vejo que a queda de desempenho de um atleta se dilui negativamente, quando o conjunto não ajuda. Quando a qualidade coletiva não contribui. Então obviamente que o individual acaba prevalecendo em alguns momentos. Assim, a gente tem que buscar alternativa dentro da nossa maneira de pensar o jogo, pra que isso seja revertido. Aqui mesmo no Vila ele já provou que é um jogador de potencial, de qualidade, que se entrega o tempo todo. Muitas vezes o excesso de entrega faça que o atleta tome algumas decisões erradas dentro de jogo. Então foi por isso que falei muito desse equilíbrio. Da gente ter vontade, mas com organização, tomadas de decisões seguras. Ainda assim não tentar resolver de maneira individual e sim coletiva”.

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Allan Aal e a filosofia de jogo no Vila Nova

Comandante Colorado apresentado
Foto: Paulo Massad / Sistema Sagres

Quando Dado Cavalcanti chegou ao Vila Nova Futebol Clube, a ideira era valorizar a posse de bola, que esse era o estilo que o agradava. No entanto, isso acabou não dando certo. Agora, Allan Aal explica o que pensa sobre implantar sua filosofia de jogo, no Vila Nova, para a sequência da Série B.

“Primeira coisa é analisar os atletas que você tem em mãos. Não adianta você querer exigir algumas características que esses atletas não podem te entregar. E a outra, a gente tem que ter a humildade de saber que o momento que vivemos. Em alguns momentos da partida, temos que ter tomadas de decisões simples. Além disso acredito que a equipe precisa estar o máximo possível com a bola, que te dará mais possibilidade de fazer os gols e consequentemente, neutralizando o que o adversário tem de melhor”.

“Porém, dentro de uma responsabilidade e realidade do nosso momento, mas não é por isso que vamos rifar a bola, só no aguerrimento e volúpia. Isso seria transferir responsabilidade e não é minha característica. Então dentro daquilo que temos de melhor e entendemos que os atletas podem entregar, é fundamental ter esse direcionamento. Esse norte que tem que ser acima da minha vontade, acima da individualidade do atleta, pensando no Vila Nova. Para que a gente possa voltar a render e consequentemente ter os resultados positivos que a gente precisa”, concluiu Allan Aal.