Goiás completou nesta quarta-feira (18/8) 65 dias sem chuvas. Com a estiagem, a vazão do Rio Meia Ponte chegou a 3.861 litros por segundo, quando o ideal seria acima dos 6 mil l/s. O manancial de abastecimento está no nível crítico 1, mas caminha para um nível pior, o que provoca diminuição de outorgas e necessidade de economia por parte da população. A Bacia do Rio Meia Ponte é responsável por abastecer a capital e a Região Metropolitana.

O nível crítico 2 é determinado quando a média móvel de sete dias apresenta vazão de escoamento menor ou igual a 4.000 L/s. De acordo com o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, é possível que ainda nesta semana, Goiás atinja esse índice. “Hoje estamos no nível crítico 1, mas em decorrência da seca e da falta de chuva, caminhando para o 2. Desde 2015, nós enfrentamos uma situação de diminuição de chuvas e chuvas irregulares. E isso afeta diretamente no abastecimento de água”.

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o nível crítico 2 significa a redução de 25% das vazões captadas, menos a Saneago. Se a situação ficar pior (nível crítico 3), a redução é de 50% e inclui a Saneago. “A gente pede que, nesse momento, a população faça uso racional da água”.

A estiagem tem impactado diretamente na vazão, que está 40% menor do que no mesmo período do ano passado. Não só o Meia Ponte enfrenta o problema, mas outros mananciais do Estado também já estão em alerta.

Segundo o Cimehgo, a massa de ar seco que Goiás tem hoje está bloqueando a entrada de frente fria em Goiás. A previsão de chuva intensa para amenizar o problema é apenas para a segunda quinzena de outubro. “Isso não quer dizer que não possa chover em setembro, mas depende de frentes frias, que precisam romper esse bolsão de ar quente. E não temos prognósticos de um avanço de frente fria. O que nos resta é evitar desperdício e fazer esforço para que possamos passar por esse período de estiagem”, completou.