O comandante geral da Polícia Militar, coronel Renato Brum, informou à Sagres que assinou na sexta-feira (13), o decreto para a 4ª revisão do procedimento operacional padrão (POP) da PM. A mudança ocorre depois da agressão violenta ao advogado Orcélio Silveira Jr. durante abordagem policial.

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“Foi um fato isolado, mas eventos como esse faz a gente rever toda nossa doutrina. Então, faz parte da nossa discussão, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) tem conversado com a classe de advogados e, com certeza, não vai haver a necessidade de judicializar. Nós temos a consciência que precisamos avançar e melhorar nosso serviço com a sociedade”.

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O coronel detalhou que dentro do POP, há um capítulo destinado a abordagem de autoridades, que será revisto. “A revisão é feita pela Academia de Polícia Militar, nossa escola, no qual a gente compõe com grupos de oficiais que são detentores do POP para poder fazer essa revisão e repassar para a tropa”.

Renato Brum esclareceu que outras situações recentes se diferenciam desse ocorrido, como o caso em Cristalina, quando a polícia abordou um ciclista, segundo ele, de forma mais dura e também com o professor Arquidones Bites Leão, secretário estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) de Goiás, que foi preso em maio, em Trindade, por se recusar a tirar um adesivo com a mensagem “Fora Bolsonaro Genocida” do carro.

“O de Cristalina, inclusive, já foi arquivado. Ali, a equipe utilizou se do procedimento operacional padrão. Existiam denúncias de que naquela região estavam ocorrendo pequenos delitos. A questão de Trindade já foi uma questão individual, política e o comando não aceita envolvimento político. Nós já instauramos o inquérito policial militar, que está em fase final e havendo o indiciamento, vai caber a justiça militar fazer sua sentença de acordo com aquela abordagem do tenente à pessoa que portava a faixa no veículo”.

Concurso público

Segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Renato Brum, a PM de Goiás trabalha hoje com pouco menos de 12 mil policiais. Porém, a estimativa de efetivo ideal para as operações é de 30 mil profissionais. Por isso, tratativas são conduzidas para que seja possível a contratação de mais policiais.

Uma das questões em análise, é a necessidade do Estado de se adequar ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). “Há uma lacuna dentro desse regime que a gente pode repor o efetivo perdido […] Por isso estamos nas tratativas finais para não cometer ilegalidade e prejudicar a entrada no RRF”. A previsão, caso seja possível, é da realização de dois concursos, um agora em 2021 e outro em 2022. Ainda não há projeção do número de vagas disponíveis.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: