A maneira como a população das grandes cidades vive ganha cada vez mais importância quando o assunto é meio ambiente. Cada habitante dos grandes centros, juntamente com a indústria, são responsáveis pela qualidade do ar que respira, e pela manutenção das chamadas zonas de frescor, que tornam a temperatura mais agradável em meio a prédios e grandes construções, destaque da nova reportagem da série Repense Clima.

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Nesta edição da Arena Repense, ligada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU de número 13 ”Ação Contra a Mudança Global do Clima”, a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), Denise Duarte, reforça a importância das infraestruturas verde e azul aos grandes centros urbanos. Assista a seguir a partir de 1’03

”É quando água e vegetação estão lado a lado, muito próximos. Há uma relação de interdependência e de serviços ecossistêmicos que se pode obter. Quando a gente diz infraestrutura verde, estou pensando em um sistema muito mais amplo, interconectado, no qual penso os fluxos d’água, a disponibilidade de água da infraestrutura azul, e as várias formas que a infraestrutura verde pode assumir nas cidades”, afirma Denise Duarte.

Uma dessas formas é exatamente a arborização. Edifícios com estruturas mais arborizadas e paredes verdes também são complementares a esse sistema. ”Posso ter biovaletas, espaços para retenção de águas. Então água e vegetação, infraestrutura azul e verde, extremamente próximos, conectados, formando uma rede de serviços ecossistêmicos que podemos prover às cidades equilibrando melhor a densidade construída e os elementos naturais de vegetação e água”, afirma.

Ilha de calor

Para o caso de Campinas, bairro comercial da capital citado na reportagem, e que possui um dos menores índices de arborização de Goiânia, Denise Duarte argumenta que há solução para que a região deixe de ser a maior ilha de calor da cidade.

”Arquitetura, urbanismo, desenho urbano, tem jeito sim. O que a gente precisa pensar é: estamos vivendo com questões de aquecimento urbano, a falta do verde e, ao mesmo tempo, com a aparente falta de espaço. Falta de espaço para plantar e trazer esses outros elementos de infraestrutura verde. São principalmente questões de desenho urbano. Não é um desafio fácil”, afirma. ”Claro que isso vai exigir intervenção, mas a gente tem oportunidade de começar a planejas essas intervenções de curto, médio e longo prazo enxergando vazios potenciais ou transformando alguns espaços”, complementa.

Estão entre as possíveis soluções a implementação de áreas verdes em estacionamentos 100% pavimentados, trocar vagas para veículos por espaços verdes. ”É uma estratégia que envolve planejamento, mobilidade, de fomento à mobilidade ativa, destravar quadras e muitas outras possibilidades de instrumentos urbanísticos que têm surgido nos últimos anos”, pontua Duarte.

Jovens aprendizes

A coordenadora da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Interação (Renapsi) Núcleo de Anápolis, Fernanda Carvalho dos Santos, reconhece a importância de levar aos jovens aprendizes ações como esta.

”Toda a instituição trabalha essa questão de conscientizar esses jovens a entenderem a importância de preservar as árvores, de cuidar do meio ambiente de forma geral, para tentar ter uma vida mais saudável e mais tranquila”, argumenta.

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