Reinaldo Alves Pereira trabalha há mais de 35 com artesanato. A inspiração vem do Cerrado goiano (Foto: Reprodução/SagresTV)

Com frequência, o artesão Reinaldo Alves Pereira vai a áreas com vegetação nativa em busca de frutos do Cerrado, além de troncos e galhos de árvores caídas, matéria-prima para a arte que produz.

A nossa equipe acompanhou uma dessas idas ao cerrado. Lá, Reinaldo encontrou um galho. Para nós, era apenas mais um pedaço seco de árvore, mas o artista conseguiu enxergar ali uma peça decorativa, uma mistura do rústico do Cerrado com a delicadeza de alguns acessórios que vai utilizar no artesanato.

“É uma parte de decoração para a vitrine de uma loja, o canto de uma casa. Com essa rusticidade compondo um ambiente mais fino, vai gerar um contraste muito bom. É de bom gosto essa mistura”, afirma.

A casa do Reinaldo, localizada na região Norte de Goiânia, virou ateliê. Logo na entrada há cabaças, frutos de jatobá, de baru, e vários outros, além de folhas secas que viram peças decorativas e quadros retratando animais da fauna goiana.

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Flores e bonecos quilombolas enfeitam o jardim (Foto: SagresTV)

 

Com os frutos do jatobá e da jangada, o artesão faz um simpático boneco, chamado de quilombola, em homenagem aos resistentes dos quilombos, que lutaram contra a escravidão dos negros. O fruto do jatobá vira o corpo do boneco, e para fazer o cabelo, basta usar a jangada.

Além de decorar, algumas peças feitas com casca de canela e fruto de 7 copas, têm o poder de repelir e espantar insetos. Podem ser colocadas, por exemplo, na cozinha ou na sala de refeições.

Como tudo começou

Reinaldo era representante comercial, mas há 35 anos, andando pela região central de Goiânia, se deparou com um anúncio de jornal sobre um curso de flores artesanais. Ele então decidiu fazer.

“Eram 62 mulheres e só eu lá no meio. Terminei o curso e comecei a fazer as flores, logo, essa renda já estava superando a que recebia como representante comercial”.

Foi assim que abandonou a antiga carreira e virou artesão.
Hoje, ele comercializa peças na Feira do Cerrado, no Jardim Goiás, que acontece todo domingo pela manhã ao lado do Estádio Serra Dourada. Ele vende até para países como Bélgica, Holanda e Espanha. A venda para o exterior começou depois que participou de um programa de TV em rede nacional.

Com o artesanato, Reinaldo não quer apenas conseguir a renda de que precisa para sobreviver, mas também mostrar que é possível viver da natureza sem degradá-la.

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Flores compostas por tronco de eucalipto, folhas, sementes e café torrado são uma das especialidadades do artesão (Foto: SagresTV)