O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) vai realizar assembleias nos dias 24 de abril em Catalão, 25 em Goiânia e 30 em Jataí para definir se a Universidade Federal de Goiás (UFG) entrará ou não em greve. A informação foi divulgada em nota nesta segunda-feira (15), pela diretoria do sindicato (confira na íntegra abaixo).

Os servidores federais da educação começaram a paralisação em 11 de março com os Técnico-Administrativos em Educação. Mas ao longo das últimas semanas, os sindicatos das instituições se movimentaram para aderir ao movimento. Assim, no dia 3 de abril, escolas federais e alguns institutos federais também entraram em greve.

Ainda no mês passado, um indicativo de greve geral foi aprovado para esta segunda-feira, 15 de abril, pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Mas a nota do Adufg-Sindicato esclarece que a decisão de paralisação na UFG será interna.

“O Adufg-Sindicato informa que qualquer decisão a respeito de uma possível greve ou paralisação envolvendo os professores das universidades federais localizadas em Goiás (UFG, UFJ e UFCat) será tomada pela categoria, pois a entidade sindical é autônoma e não uma seção sindical”, afirma o documento.

Adesão da UFG

Segundo a nota do Adufg-Sindicato, os docentes da UFG aguardam uma nova reunião com o Governo Federal para encaminhar o assunto dentro da universidade. No entanto, disse compreender a falta de diálogo, ressaltando que “entende que as negociações, no momento, ainda estão em andamento”.

Em relação à chamada geral para paralisar as atividades nesta segunda-feira, o sindicato reforçou que a decisão será interna. Porque segundo ele, o Andes-SN está proibido de realizar qualquer ato sindical em Goiás, por decisão da Justiça.

“As decisões no âmbito da UFG, da UFCat e da UFJ serão tomadas por meio do diálogo com toda a categoria. Greve é uma ferramenta para o trabalhador e deve ser usada de forma eficiente, inteligente e no momento certo”, reforçou.

Para complementar, o sindicato explicou que já existe uma proposta de reajuste salarial entregue ao governo. A proposta é da PROIFES-Federação e o Adufg-Sindicato é filiado a instituição. “O documento prevê, entre outras questões, reajuste em 2024, 2025 e 2026”, destacou.

Greve federal da educação

A greve federal da educação reúne os sindicatos dos servidores administrativos e dos professores das instituições do ensino federal básico e superior de todo o país. As principais pautas reivindicadas na paralisação são reestruturação dos planos de carreira, reposição salarial, novos concursos e investimentos nas instituições do sistema federal de ensino. 

Em entrevista ao portal Brasil de Fato, a coordenadora geral nacional do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Elenira Vilela, disse que as perdas salariais dos servidores federais da educação já estão acumuladas em 20% há pelo menos nove anos e que o orçamento das instituições é o mesmo desde 2015. 

Por isso, a recomposição salarial reivindicada varia de 22,71% a 34,32% entre as categorias. Além disso, os profissionais pedem que os benefícios da educação sejam equiparados com os auxílios previstos no Legislativo e no Judiciário. O Governo Federal responde através do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e já adiantou que não tem como reajustar salários este ano.

Ministra Esther Dweck no programa Bom dia, Ministra (Foto: Fabio Rodrigues- Pozzebom/Agência Brasil)

Contraproposta

A contraproposta do governo é então aumentar o auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil, o benefício da assistência pré-escolar que é de R$ 321 para R$ 484,90, e o reajustar em 51% o valor da Saúde Suplementar. As informações são da ministra do MGI, Esther Dweck, que esteve na edição do programa “Bom Dia, Ministra” do dia 11 de abril. 

Na ocasião, a ministra lembrou que houve reajuste de 9% no salário para todos os servidores públicos federais em 2023 e citou as negociações com o sindicato dos técnicos-administrativos para a reestruturação da carreira. “Estamos discutindo internamente no governo o espaço orçamentário”, disse.

Confira a nota do Adufg-Sindicato na íntegra:

NOTA RESPOSTA

O Adufg-Sindicato informa que qualquer decisão a respeito de uma possível greve ou paralisação envolvendo os professores das universidades federais localizadas em Goiás (UFG, UFJ e UFCat) será tomada pela categoria, pois a entidade sindical é autônoma e não uma seção sindical. A entidade aguarda uma nova reunião com o Governo Federal para encaminhar tratar do assunto, bem como entende que as negociações, no momento, ainda estão em andamento.

Importante lembrar que o Andes-SN está proibido pela Justiça de praticar qualquer ato sindical no Estado de Goiás, conforme decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 18 ª Região. 

As decisões no âmbito da UFG, da UFCat e da UFJ serão tomadas por meio do diálogo com toda a categoria. Greve é uma ferramenta para o trabalhador e deve ser usada de forma eficiente, inteligente e no momento certo. As assembleias para deliberar sobre o assunto serão realizadas nos dias 24 de abril (Catalão), 25 (Goiânia) e 30 (Jataí).

Importante destacar que a Proifes-Federação – entidade à qual o Adufg-Sindicato é filiado -, entregou uma proposta de reestruturação da carreira do Magistério Superior e EBTT ao Governo Federal. O documento prevê, entre outras questões, reajuste em 2024, 2025 e 2026. 

Diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de qualidade.

Leia mais: