Não é preciso buscar muito longe na memória para lembrar a última vez em que você presenciou um caso de alguém que recomendou um medicamento a um conhecido porque estaria com algum tipo de sintoma.

Esta prática, chamada de automedicação, de acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), datado de 2015, mostra que cerca de 20 mil pessoas morrem só no Brasil, vítimas de intoxicação por ingerirem um medicamento sem a devida recomendação médica.

A presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sinfarm-GO), Lorena Baía, concedeu entrevista exclusiva à 730 nesta segunda-feira (22), no quadro Saúde, no programa Cidadania em Destaque, e falou sobre os principais riscos desta prática e sobre o uso racional dos medicamentos. 

Ouça a entrevista na íntegra

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o planeta, mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou são vendidos de forma inadequada, e cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a medicamentos essenciais.

Os dados apontam ainda que metade da população mundial toma medicamentos de forma incorreta.

Em março de 2007, O Ministério da Saúde criou um Comitê Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM) – uma instância colegiada, que representa segmentos governamentais e sociais afins ao tema e com caráter deliberativo.

O comitê tem como papel propor estratégias e mecanismos de articulação, de monitoramento e de avaliação de ações destinadas à promoção do URM. Para garantir as implementações das ações, foi criado o Plano de Ação, composto por vertentes em quatro áreas: regulação, educação, informação e pesquisa.

Tipos de uso irracional de medicamentos

Uso abusivo de medicamentos (polimedicação);

Uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, freqüentemente em doses incorretas ou para infecções não-bacterianas;

Uso excessivo de injetáveis nos casos em que seriam mais adequadas formas farmacêuticas orais;

Prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas;

Automedicação inadequada, frequentemente com medicamento que requer prescrição médica.