Avenida Anhanguera faz ligação entre cultura, história e modernidade de Goiânia

A Avenida Anhanguera é uma das principais vias de Goiânia. Ela foi projetada ainda na construção da cidade, na década de 1930. A Anhanguera é uma importante via de comércio, e uma artéria fundamental da capital, ligando de leste a oeste, em 13,5 km de extensão do Jardim Novo Mundo até o Bairro Capuava.

A Anhanguera também se destacou por ser um dos principais acessos à nova capital, além da ligação entre Goiânia e Campinas. A Anhanguera, juntamente com as avenidas Goiás, Araguaia e Tocantins, faz parte do traçado tombado em 2003 como Patrimônio Histórico da cidade.

Além de ser área de transporte, a via foi pensada em certa medida, para alguns usos específicos como lazer e serviços, reafirmando o potencial como estruturador e polo de crescimento, além de induzir a ocupação da região central, o que ocorreu por meio de comércios e serviços, como hotéis e cafés. 

Atílio Correia Lima pensou o centro comercial de Goiânia como a parte mais central da cidade, uma área de densa ocupação e maior circulação. A Anhanguera faz parte de um sistema de ruas e avenidas que comportassem o aumento de fluxos, com possibilidade de expansão e alargamento das vias. 

Nos anos 1940 e 1950, teve início a verticalização e concentração de edifícios ao longo da Avenida Anhanguera, na região do Centro de Goiânia e serviu como um eixo intraurbano, nas proximidades do Lago das Rosas, área pouco ocupada.

Nos anos 1960, a BR-153 foi definida como barreira de crescimento da cidade, por meio da proibição da ocupação do solo por legislação. A Avenida Anhanguera seria indutora de crescimento na área leste de Goiânia. 

À medida que houve a implantação dos terminais de ônibus ao longo da Avenida Anhanguera, houve o crescimento mais acentuada para leste associada à consolidação dos setores Leste Universitário e Vila Nova.

(Foto: Rubens Salomão)

Eixão

Hoje associamos a Avenida Anhanguera com o Eixão, por conta dos veículos articulados que transportam 200 mil passageiros todos os dias da ponta leste a oeste de Goiânia. O Eixão foi criado 1975 como “Eixo Regional de Serviços”.

A Avenida Anhanguera foi transformada numa “via preponderante como grande estrutura de serviços, integrada ao uso do solo e ao transporte de massa”, de acordo com a lei municipal 5.019 de outubro daquele ano. 

A inauguração do Eixo Regional de Serviços ocorreu em novembro de 1976, com a presença do presidente Ernesto Geisel. Jaime Leiner foi o responsável por projetar o novo corredor que valorizasse o transporte em massa. Naquela época Goiânia já contava com cerca de 500 mil habitantes. 

O Eixo tinha cerca de 8,5 quilômetros, o que corresponde ao trecho entre os terminais Praça da Bíblia e Dergo. Em 1978, o Terminal do Dergo foi construído, assim como os terminais da Praça da Bíblia e Praça A. 

Na década seguinte foi a vez do Terminal Padre Pelágio, um dos maiores de Goiânia. Desta forma, o Eixão passou a chegar até a divisa com Trindade. O mesmo ocorreu logo depois no sentido Senador Canedo, com a construção do Terminal Novo Mundo, já na década seguinte.

A mais drástica e questionada reforma na Avenida Anhanguera ocorreu em 1998, quando foram construídas as 19 estações com plataformas de embarque / desembarque elevadas a 93 cm do solo. 

No Eixo Anhanguera estão implantados 05 terminais de integração de passageiros, onde fazem integração com outras linhas, originadas nas regiões sul, norte, sudoeste, noroeste e oeste da Região Metropolitana de Goiânia.

Hoje a Anhanguera está esvaziada, mas ainda respira ares de renovo, com a reorganização da atividade econômica, eventos culturais que levam as pessoas ao Centro, além de conter um comércio popular.

Na Avenida Anhanguera estão situados marcos históricos da cidade, monumentos e construções art déco. Um desses marcos é monumento ao Bandeirante que fica na Praça Atílio Corrêa Lima, mais conhecida como Praça do Bandeirante. Outra construção que merece destaque na avenida é o Teatro Goiânia, localizado no cruzamento com a Avenida Tocantins.

(Foto: Rubens Salomão)

O nome 

O nome Anhanguera é uma referência a Bartolomeu Bueno da Silva, o bandeirante que foi apelidado pelos indígenas por Anhanguera. Ele ficou conhecido por explorar Goiás em busca de riquezas. Na língua tupi significa Diabo Velho.

Segundo a história, o apelido teve origem quando Bartolomeu ateou fogo em um pouco de aguardente para amedrontar os indígenas e obrigá-los a revelar o local onde estavam as minas de ouro. 

Os indígenas acreditaram que a água estava pegando fogo, e, diante da ameaça do bandeirante de queimar os rios, eles revelaram onde havia ouro.

Goiânia 90 lugares

Goiânia faz 90 anos em 24 de outubro. Por isso, o Sistema Sagres de Comunicação, com apoio da Prefeitura de Goiânia elaborou um guia de 90 locais a serem conhecidos por você que é goianiense, que mora na capital ou que está de passagem por aqui. Esta é a campanha “Goiânia 90 Lugares”.

A produção inclui 90 reportagens em texto e fotos de lugares marcantes da cidade, 30 vídeos, um mapa e uma página especial. A campanha conta ainda com entrevistas especiais sobre a construção, estrutura e futuro da nossa capital.

As ações tem coordenação de Rubens Salomão, com pesquisa e textos de Samuel Straioto, Arthur Barcelos e Rubens Salomão. Imagens e edição de Lucas Xavier, além das reportagens em vídeo de Ananda Leonel, João Vitor Simões, Rubens Salomão e Wendell Pasqueto. A coordenação do digital é de Gabriel Hamon. Coordenação de projetos é de Laila Melo.

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis

(Foto: Rubens Salomão)
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