Foto: Samuel Straioto

Com polêmica e indícios de um debate extenso, chegou à Câmara de vereadores, novo projeto de lei enviado pelo Executivo que promove alterações na previdência dos servidores municipais. Matéria relativa ao assunto havia sido arquivada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). Membros da prefeitura e integrantes da base de apoio ao prefeito Iris Rezende, decidiram não tentar o desarquivamento do projeto, mas sim a apresentação de um novo texto.

A grande expectativa no momento é em relação a votação da matéria na CCJ. Na votação do projeto anterior, quatro vereadores votaram pelo arquivamento do texto e apenas dois para que ele fosse levado ao plenário. Articulações ocorrem tanto pelo lado da situação quanto da oposição para que o texto seja aprovado ou rejeitado.

O vereador Elias Vaz (PSB) disse que é preciso observar o momento em que o projeto chegou à CCJ. A presidente da Comissão, vereadora Sabrina Garcez (PMB), já se manifestou em algumas oportunidades de que é contra alguns aspectos da matéria. A parlamentar não participará das próximas sessões, em virtude do casamento dela. A vereadora ficará ausente, estará em Lua de Mel.

Elias espera não ser uma coincidência, a saída temporária da vereadora com a chegada do projeto ao Legislativo.

“A vereadora Sabrina Garcez está de licença em função de seu casamento que foi essa semana, eu espero que não votem este projeto à toque de caixa, ainda mais por se tratar de uma questão tão polêmica quanto essa”, argumentou.

Com a saída temporária de Sabrina Garcez, quem assume temporariamente a presidência da CCJ é o vereador Welington Peixoto (MDB), da base do prefeito Iris Rezende. Ele argumentou que não foi uma coincidência a saída da parlamentar e a chegada da matéria.

O parlamentar disse que vem trabalhando para aprovar o projeto na CCJ. De acordo com o regimento interno da Câmara Municipal de Goiânia, se a matéria for novamente rejeitada, outra de mesmo teor ou de conteúdo semelhante não poderá ser reapresentada na mesma legislatura. A base de Iris trabalha com alternativas na CCJ.

“Eu vejo que o projeto já tem uma discussão maior, alguns sindicatos concordam com a matéria. Vamos discuti-lo na Câmara. Conversei com vereadores, o projeto não é inconstitucional, se os vereadores não concordarem que votem pela rejeição e aí sim a discussão venha para o plenário”, declarou.

Base

O líder do prefeito Tiãozinho Porto (PROS) espera que a matéria após ser aprovada na CCJ, tenha condições de ser bem avaliada por vereadores em Plenário. Recentemente o prefeito se reuniu com diversos parlamentares da base de apoio, na tentativa de construir maioria na Câmara, situação que ainda não conseguiu.

“Nós vamos abrir ainda mais o diálogo com os servidores e com os vereadores. Precisamos aprovar o projeto na CCJ. Precisa ter um consenso. Acho que hoje o projeto tenha tudo para ser votado e os servidores possam ser beneficiados”, declarou.

O vereador Clécio Alves (MDB) ainda vê com cautela a tentativa de construção de uma base sólida na Câmara. Ele argumenta que é importante ver as ações. Para o parlamentar, na Câmara há uma base “gelatinosa”, ou seja, sem consistência e que não faz defesa das matérias enviadas pelo Paço.

“Quero ver aqui no Plenário, a base gelatinosa, não consegue apoiar as matérias. Eu já vi até o líder do prefeito aqui votar para derrubar veto do prefeito nesta Casa. Eu nunca tinha visto isso ao longo dos meus cinco mandatos. Eu fui líder por duas vezes. Ele tem o meu respeito. Mas se reunir com o prefeito e comer pão de queijo não resolve o problema.