Não foi a falha do goleiro Tadeu na derrota do Goiás contra o Grêmio, que deixou o Goiás onde o time está no Campeonato Brasileiro da Série A. A falha no primeiro gol do Grêmio foi apenas a xepa de uma feira mal feita desde o começo da temporada. O Tadeu na verdade é responsável para que o vexame não fosse ainda maior dentro desta competição. Erros e mais erros foram cometidos no Goiás.

No Campeonato Goiano já se sabia que o time era fraco e que as contratações, sobretudo dos jogadores sul-americanos, não dariam resultados. Fora os gringos, o Goiás ainda buscou três outros perfis: jogadores com idade avançada que já foram brilhantes no passado, resto de elencos de grandes times e jogadores que brilharam no passado mas que estavam há muito tempo sem atuar.

Não precisa entender muito de futebol para saber que isto não daria certo. A maioria dos críticos esportivos abriu os olhos da diretoria do Goiás, mas não adiantou e o resultado é o que estamos vendo.

Pontualmente também podemos citar os erros na escolha dos técnicos para esta temporada. A vinda do Ney Franco no início do ano já não foi boa escolha. Profissional que tem escolinha de futebol nos Estados Unidos, onde ganha bem mais do que trabalhando como treinador no Brasil, não traz o foco consigo. O foco fica lá na América do Norte e sem foco não existe projeto de comando que dê certo.

Quando o Ney foi dispensado a opção foi por Thiago Larghi, analista de desempenho que acompanhou o técnico Oswaldo de Oliveira por anos e que assumiu o Atlético Mineiro no lugar do chefe, tendo ido bem num primeiro momento, mas depois acabou demitido. Esta era a única experiência de Larghi como treinador e era pouca para ser chamado para dirigir tecnicamente o clube do tamanho do Goiás.

Surpreendentemente ele conseguiu organizar o time bagunçado deixado pelo Ney Franco e quando o trabalho começou a fluir, a diretoria decide andar pra trás e trazer de volta o técnico Enderson Moreira, completamente ultrapassado e desatualizado. Junto com ele veio outro desatualizado e ultrapassado, o Marcelo Segurado para gerir o departamento de futebol e auxiliar nas contratações. Precisou de 10 jogos sem vitórias para a dupla desocupar o trecho.

Com o time já virtualmente rebaixado, a diretoria dispensou a dupla e promoveu a comissão técnica da equipe sub-20 (que também comandou o sub-23), Augusto César e Glauber Ramos para comandar o time principal. O foco a partir de então foi outro: aproveitar os jogadores da base para já cuidar da montagem de uma espinha dorsal do time para o ano que vem, para iniciar o ano precisando apenas das contratações pontuais.

Dois jogos, uma vitória contra o Palmeiras e uma derrota para o Grêmio. Anormal foi a vitória, derrota ficou dentro da normalidade pela distância de experiência e categoria entre os dois elencos. É por isto que não adianta crucificar o Tadeu pela falha no jogo contra o Grêmio. O problema é anterior e se o Goiás tivesse feito um trabalho mais eficiente, esta falha do Tadeu seria apenas algo pontual e, para dizer a verdade, foi.