Houve um equívoco inaceitável no decreto baixado pelo governo estadual, que suspende por 14 dias as atividades não essenciais em Goiás: o futebol foi jogado na vala comum e a realização das partidas está suspensa também.

A medida foi tomada sem critério técnico. Faltou estudo da situação, faltou cuidado com o trabalho para decidir. O governo foi pelo caminho mais curto, o uso da caneta.

O futebol tem sido um exemplo para os outros segmentos. Os clubes estão fazendo o que o governo não teve eficiência para fazer: testando duas vezes por semana seus atletas e funcionários. Assim qualquer um contaminado tem o diagnóstico imediato, com o isolamento e o tratamento iniciando junto com a chegada da doença.

Uma das justificativas do governo estadual para baixar o decreto é de que os leitos de enfermarias e UTIs exauriram em Goiás. Faltou a equipe que elaborou o documento pesquisar para saber aquilo que todos sabemos: não tem um só registro de atendimento hospitalar de jogadores de futebol em Goiás, logo, o futebol não colaborou para a superlotação hospitalar provocado pela Covid 19.

Os jogos são realizados sem a presença de público, os estádios são higienizados antes e após todos os jogos, com produtos químicos especiais para esta finalidade. Ninguém tem acesso ao estádio onde o jogo está ocorrendo sem a testagem com resultado de no máximo três dias anteriores da data do jogo e todos têm aferida a temperatura do corpo. O mesmo ocorre nos centro de treinamentos.

Além do mais, o clube tem local especial para o jogador cumprir o isolamento e receber o tratamento, sem risco de contágio dos colegas e dos familiares. Os deslocamentos de uma cidade para outra e da concentração para o local da partida, são feitos em ônibus higienizados com o mesmo rigor dia estádios, centros de treinamentos e concentrações.

Posto tudo isto, afirmo que o governo não tem o direito de agir sem avaliar e de anarquizar o calendário de competições dos clubes goianos. Há um protocolo da CBF, elaborado a partir das regras internacionais impostas pela FIFA para ser cumprido e o clube que não cumpre, não coloca seu time em campo.

Ao exigir que a população fique em casa, o governo não avaliou tecnicamente que os jogos de futebol são aliados para que este isolamento seja cumprido com menos sofrimento pela população. Desde o início da pandemia, o grupo que cumpre o home office (trabalho feito em casa) e o que cumpre isolamento obrigatório têm no futebol, transmitido pelos canais de televisão, webs-tvs e emissoras de rádio, um dos poucos entretecimentos possíveis e isto reduz a angústia, ansiedade, a melancolia que o isolamento gera.

Não, o futebol não pode pagar esta conta que não é dele. A Federação Goiana de Futebol e os Clubes precisam se unir, mostrar para o governo tudo aquilo que seus auxiliares que elaboraram o decreto deveriam ter checado e não checaram, exigindo que seja respeitado o direito de quem tem sido exemplar e eficiente.

Esperava que o governo tivesse competência e zelo na elaboração do decreto, separando o joio do trigo: fui ingênuo, o governo não teve. Espero agora que a FGF e os Clubes tenham postura para preservar o respeito ao direito de quem não está cometendo erro algum, pelo contrário tem sido exemplar.

Isto precisa ser revisto o mais rápido possível, pois como disse nenhum governo tem o direito de anarquizar, por falta de competência para avaliar a situação com estudos e pesquisas, aquilo que está funcionando com eficiência e dentro da lei.