O elogiado trabalho feito pelo Jair Ventura no comando técnico do Goiás é justo reconhecimento à competência e esforço do profissional para entregar ao Clube o que foi procurado com sua contratação. Mas Jair Ventura não pode ser o único elogiado neste contexto, que colocou o Goiás na 9ª colocação, quando já realizou 27 jogos, com 37 pontos ganhos, nove vitórias, 10 empates, oito derrotas, 30 gols marcados e 33 sofridos.

Sem dúvida é um grande feito, sobretudo, se considerarmos que logo abaixo do Goiás na tabela de classificação, tem três marcas com muito mais poder de investimento, tendo no endereço um CEP bem mais prestigiado, o do Estado de São Paulo e isto conta muito no futebol – infelizmente. Estão atrás do Goiás o Bragantino, Santos e São Paulo, todos com 34 pontos ganhos. Levando em consideração que há grande chance que no final da competição o 8º colocado se cacife para disputar a Copa Libertadores da América, no ano que vem, eu diria que o Goiás está na disputa e com muita chance.

O time ainda joga 11 vezes. Seis destas 11 partidas em casa e, naturalmente, cinco fora. Em casa: Botafogo, Fortaleza, Corinthians, América-MG, Juventude e São Paulo. Fora: Ceará, Internacional, Cuiabá, Atléthico PR e Fluminense. O último jogo do Goiás, dado muito importante, será em casa, diante do São Paulo.

Considerando o Goiás muito dentro da disputa por uma vaga na Copa Libertadores da América, naturalmente eu já descarto qualquer chance do time ser rebaixado. Alguém pode dizer que há chance matemática e há. Mas matemática não joga bola e na capacidade de jogar bola, o Goiás já demonstrou que não tem chance de cair. Quem duvidar espera e me cobra depois.

Disse que o Jair Ventura não é o único a ser elogiado pela campanha. Jogadores, outros membros da comissão técnica, departamento médico e de preparação física também tem responsabilidade no sucesso, diriam os mais óbvios – o que sendo óbvio, só pode ser verdade. Mas, neste contexto todo, não pode ser esquecido quem comanda. “Todo trabalho repercute no resultado, a capacidade de quem comanda” – diz com propriedade o pensador Herbert Marcuse e ele está repleto de razão.

Por trás do sucesso do trabalho do Jair Ventura e demais está a capacidade de quem teve competência para ver que o time esmeraldino precisava de um treinador maior do que o esforçado, mas ainda inexperiente, Glauber Ramos. Foi ali, no momento em que a diretoria viu que a jovialidade de Glauber se contrapunha à necessidade de um comandante com maior bagagem na série A e que era necessária a troca, já que Jair Ventura estava disponível no mercado, que o Goiás assegurou seu sucesso na série A.

Esta decisão foi tomada numa reunião entre o presidente executivo do Clube, Paulo Rogério Pinheiro, o presidente do Conselho Deliberativo, Edminho Pinheiro e o vice-presidente Harley Menezes, responsável pelo departamento de futebol. A decisão foi tomada, Glauber foi demitido, Jair foi contratado e o Goiás está firme, na disputa por uma das vagas para a Copa Libertadores da América no ano que vem.

Em suma, o Goiás provou que Marcuse está certo.