FÁBIO ZANINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
– Jair Bolsonaro (PL) escreveu nas redes sociais nesta segunda-feira (7) que não seria difícil acertar um tiro em um alvo que fosse “gordinho” como o influenciador Cauê Moura, que havia criticado as habilidades do presidente no manuseio de uma arma de fogo.
Moura compartilhou um vídeo em que Bolsonaro tenta atirar com um revólver, mas parece ter dificuldades e não consegue em um primeiro momento. Ele então é ajudado por seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e por um instrutor. O material foi gravado no domingo (6) em um clube de tiro localizado em Brasília.
O influenciador escreveu um comentário em que diz que “o capitão mentecapto não sabe nem atirar”.
Em resposta, Bolsonaro disse: “confesso que não dá para disputar uma olimpíada, mas em uma eventual invasão de propriedade, se o alvo fosse um gordinho do seu tamanho não ficaria tão difícil acertar”. Ele também publicou a foto de um alvo de papel com marcas de tiros.

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A ofensa gordofóbica se soma a ataques preconceituosos que Bolsonaro e seu filho Eduardo (PSL-SP) proferiram nos últimos dias.
Na quinta-feira (3), Bolsonaro se referiu aos nordestinos usando o termo depreciativo ‘pau de arara’. No dia seguinte, o filho publicou vídeo ridicularizando o trabalho de mulheres em obra do metrô de SP que ruiu.
Os ataques tiveram como alvos duas das fatias do eleitorado nas quais o presidente mais sofre rejeição, mulheres e nordestinos.
O Datafolha de dezembro mostrou Bolsonaro com 17% de intenções de voto no Nordeste, contra 61% de Lula (PT). No eleitorado feminino, ele tem 20%, enquanto o petista marca 49%.
Bolsonaro foi apontado como o candidato em que não votariam de jeito nenhum por 61% das mulheres, o mais mal avaliado entre todas as opções. Na sequência aparecem Lula, com 32%, e João Doria, com 29%.
A estratégia suicida alarmou aliados e levou a apelos para que ele indique uma mulher para vice, como Tereza Cristina (Agricultura) ou Damares Alves (Direitos Humanos).