“Uma bomba atômica no meu colo”. Essa foi a frase que mais me chamou a atenção na entrevista do presidente do Goiás Esporte Clube, Paulo Rogério Pinheiro, para explicar a realidade financeira na Serrinha e a impossibilidade de contratar os reforços para corresponder as expectativas do torcedor.

Os esmeraldinos ouviram do dirigente uma convocação no início da temporada. Venham comigo para chegarmos a Libertadores da América. O torcedor vem comparecendo em bom número nos jogos do time no Brasileirão e fazendo sua parte, porém enxerga como praticamente impossível uma conquista de vaga na principal competição das Américas. O time tem suas limitações e existe a necessidade de boas contratações para atingir o objetivo. Essa é a opinião de todos, inclusive dentro do clube.

Paulo Rogério Pinheiro na Serrinha fazendo convocação ao torcedor do Verdão (Foto – Rosiron Rodrigues)

Mas como contratar jogadores de alto nível sem dinheiro?

A decisão de Paulo Rogério de não trazer reforços, já que não tem dinheiro para pagar… é acertada. O Goiás não pode gastar mais do que arrecada. Ser responsável é a primeira coisa que se espera de um bom gestor em qualquer área. Assunto encerrado. Não tem dinheiro

Como explicar a falta de dinheiro no Goiás?

Sérgio Rassi renunciou ao seu mandato no clube no dia 25 de agosto de 2017 deixando cerca de R$ 40 milhões no caixa alviverde – 1.800 dias depois o Goiás tem uma dívida de R$ 50 milhões. Um absurdo tão grande, que fica maior quando lembramos que existiu neste período dois anos em que a agremiação esteve na Série A do Campeonato Brasileiro e que também contou com receitas de negociação de jogadores como Michael e Léo Sena.

A desculpa da falta de dinheiro para trazer reforços é quase um ‘mantra’ na história do Goiás. O torcedor tem o discurso dos dirigentes decorado e um sentimento de frustração aumenta ano após ano. Mas ele é torcedor e vai seguir com sua paixão pelo clube.

Conselho Fiscal

Ao final de toda gestão aparece uma dívida gigante em que a nova administração diz que é pega de surpresa, com os desmandos do presidente anterior. É outro ‘mantra’ repetido no Goiás. Só que existe algo que eu não consigo entender e ninguém consegue explicar.

Por que o Conselho Fiscal não fiscaliza as contas das gestões durante seu curso? O órgão que normalmente é formado por tês pessoas, escolhidas pelo Conselho Deliberativo para exercer essa função, não faz e parece não ser cobrado por sua principal responsabilidade. Termina a gestão e uma dívida aparece e surpreende a todos.

Marcelo Almeida

Em entrevista em 2019, no estúdio do Sistema Sagres, o médico que estava no cargo de presidente afirmou que o clube fechava todo mês com um deficit de R$ 2 milhões. Ninguém no Goiás fez nada para mudar esse absurdo.

Pelas informações compartilhadas por dirigentes, pela entrevista de Paulo Rogério Pinheiro e principalmente por conta dos números nos balancetes anuais… Marcelo gastava mais do que arrecadava. Problema de vários presidentes ao longo da história do Goiás.