A Copa do Mundo é um torneio realmente especial, e que proporciona coisas únicas no futebol. Por consequência, a estreia no torneio carrega um nervosismo acima do normal. Na primeira rodada do Mundial do Catar, a favorita Argentina e a forte Alemanha caíram para seleções asiáticas, enquanto a Dinamarca, talvez o time europeu em melhor momento, também vacilou.

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No último jogo da rodada inaugural da competição de 2022, havia muita pressão sobre o Brasil. Além dos tropeços de gigantes e o natural favoritismo sobre a equipe do país com mais títulos mundiais, o time de Tite sentiu isso no primeiro tempo em um 45 minutos iniciais bastante equilibrados contra a Sérvia.

Campeões de seu grupo na Liga das Nações, líder da chave com Portugal nas Eliminatórias e com jogadores consolidados em grandes clubes europeus, os sérvios despertavam atenção e respeito. O treinador brasileiro atendeu aos clamores populares e escalou Vini Jr no ataque com Lucas Paquetá como segundo volante. Não pela pressão da mídia, mas por uma questão tática.

E foi exatamente o que o atacante do Real Madrid entregou, sendo um jogador com bastante profundidade na esquerda, o mais perigoso no ataque brasileira. Da mesma forma Raphinha do lado direito, embora menos acertado nas conclusões das jogadas. Bem marcado e tímido em campo, Neymar não impressionou.

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As qualidades do selecionado sérvio eram conhecidas, e o time brasileiro se mostrou preparado para anulá-as. Dominantes, os zagueiros Marquinhos e Thiago Silva foram insuperáveis nos duelos, marcando alto e mantendo o Brasil no campo adversário. Mas foi Casemiro, volante, quem realmente foi dono do jogo, ganhando todos os rebotes.

Diante da força e determinação sérvia, sem muito espaço para a criatividade canarinha, coube à superioridade tática e técnica, leitura de jogo e experiência da Seleção para manter o controle. Através da marcação alta e pressão pós-perda, o Brasil criou suas principais oportunidades, inclusive os gols.

Se Marquinhos, Thiago Silva e Casemiro destacaram-se taticamente, a estrela de Richarlison brilhou mais forte do que a de qualquer outro jogador no Catar. Depois de passar despercebido em campo por mais de 60 minutos, o ‘Pombo’ mostrou por que é um exemplo de resiliência e oportunismo, e merecedor da camisa 9 canarinha. Ele precisa de uma bola. Vieram duas. Dois gols.

Talvez o Brasil não tenha mostrado todo o seu potencial, embora diante do adversário mais difícil do grupo e com todo o nervosismo natural de uma estreia mundial, mas a seleção de Tite deixou claro que veio ao Catar para dominar. Alisson sequer apareceu no jogo e a força coletiva ganhou o primeiro jogo.