No ranking geral, o Brasil fica atrás apenas da África do Sul, segundo a pesquisa, os sul-africanos passam cerca de 58,2% do tempo diante das telas.

De acordo com o levantamento da plataforma Eletronics Hub, a partir da pesquisa Digital 2023: Global Overview Report da DataReportal, no Brasil as pessoas passam cerca de 56,6% das horas acordadas utilizando dispositivos como smartphones ou computadores.

Dados

Entre 2022 e 2023, houve um aumento de 4,1% no número total de usuários de internet no país. Já em relação ao uso de redes sociais, responsáveis pro grande parte do tempo de tela, havia 152,4 milhões de usuários cadastrados.

Entre os resultados da pesquisa, o Japão apresentou dados curiosos. Apesar de ser conhecido por seu alto potencial tecnológico, o país asiático ocupou último lugar no levantamento. No país, cerca de 21,7% do tempo é destinado para as telas .

“De certa forma, podemos tentar fazer a associação do impacto dessa diferença de tempo em tela, entre Brasil e Japão, considerando o desenvolvimento socioeconômico”, afirma Idelberto Rodello,da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, da USP.

Impactos

Embora os avanços tecnológicos revertam em benefícios para o país, especialistas alertam para necessidade de ponderar os efeitos gerados para s relacionamentos interpessoais.

Além disso, o uso constante e checagens ainda que “rápidas” às telas, pode impactar aa chamada produtividade no ambiente de trabalho.

“Ao chegar um e-mail, uma mensagem, um vídeo que podem ser interpretados como algo urgente a serem resolvidos, mesmo não sendo na realidade, pode fazer com que múltiplas tarefas sejam executadas ao mesmo tempo e com que haja dificuldade em limitar o tempo de trabalho, tempo de lazer e o tempo de descanso”, explica a psicóloga Tatiane Possani.

Nesse sentido, a inserção da tecnologia na rotina não apresenta uma problemática em si, porém, em níveis exacerbados, oferece prejuízos a saúde física e mental.

Saúde

“O uso excessivo de aparelhos eletrônicos pode decorrer dos perigos do cenário que vivenciamos, como o medo de ser assaltado, dificuldade financeira, o que pode favorecer ainda mais o isolamento social”, ressalta a psicóloga Tatiane, doutora em Psicobiologia.

Ademais, para especialistas, o imediatismo também aparece como um “sintoma” típico de uma sociedade hiperconectada.

“Também somos uma cultura de resultados imediatos e isso é obtido na tela do computador, tanto a questão do prazer imediato, quanto a questão da informação”, afirma Sérgio Kodato, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

*Com informações do Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem Estar

Leia mais: