O segundo dia de palestras da Campus Party Goiás, nesta quinta-feira (8), em Goiânia, contou com o painel Empreendedorismo de Impacto Socioambiental – Oportunidades e desafios. O conceito foi apresentado pelo palestrante e analista de Inovação do Sebrae, Philippe Figueiredo, no Palco Petrobras.
“Este tipo de empreendedorismo tem como característica principal, e em sua atividade principal, a resolução de um problema socioambiental. É quando a empresa monitora constantemente os impactos que são causados e atua em uma lógica de mercado. Não é uma ONG, não é um governo. É uma empresa que, muitas vezes, faz o papel que o governo nem sempre consegue fazer, por falta de prática, mas através do empreendedorismo e atuar em uma causa socioambiental”, afirma em entrevista à Sagres.
Assista à palestra a seguir
Segundo Philippe Figueiredo, contudo, a Campus Party é o local perfeito para apresentação da temática. “Aqui é um celeiro de pessoas que estão olhando para a tecnologia que, muitas vezes, está também ligada ao empreendedorismo. A gente acredita que a inovação que está sendo ventilada aqui 24 horas por dia é um grande diferencial para os negócios de impacto. Queremos divulgar esse tema para que mais jovens se interessem a criar empresas de impacto trazendo essa tecnologia que eles já estão envolvidos”, afirma.
Pontapé inicial
A palestra abordou temas como inovação, sustentabilidade, gestão, modelo de negócios e cases de impacto socioambiental. O objetivo é inspirar o público com oportunidades reais para criar o seu próprio caminho de sucesso no empreendedorismo de impacto. Philippe Figueiredo aponta o caminho.
“É olhar para a sua realidade, começar de onde você está, e ver se tem alguma questão que não está sendo atendida, algum problema sério e que pode ser, de alguma forma, trabalhado por meio uma empresa”, destaca.
A sustentabilidade por meio da economia circular também esteve na pauta. “Isso se aplica muito à indústria, mas não só à ela. Essa lógica é a de que não se pode mais gerar desperdício de energia, de resíduo, de tempo nem de recursos, pois são finitos. A economia circular pensa em todo o ciclo de vida de um produto ou de um serviço para evitar desperdício”, conclui.
Caramuru

No painel, a Caramuru, empresa de alimentos representada pela coordenadora de Sustentabilidade, Thaís Ribeiro Samuelsson, mostrou que o tema impacto socioambiental já é uma realidade na companhia.
A produção de energia a partir de combustível renovável, que tem menor impacto ambiental, já reduz a emissão de CO2 quando comparada às termoelétricas. Estas são algumas da iniciativas da gigante nacional.
“Em 2020 e 2021 a Caramuru deu uma virada de chave. Tínhamos muitos processos de sustentabilidade espalhados pela empresa, mas não tínhamos uma centralização. Em 2021, a gente começou a nossa jornada pela sustentabilidade.
Thaís trabalha com sustentabilidade há 15 anos. Além disso, conforme a coordenadora, a Caramuru, presente em Goiás, Paraná, Mato Grosso, São Paulo, Pará e Amapá, já conseguiu reduzir quase à metade as emissões de gases de efeito estufa (GEE), ou seja, de 7 mil para 4 mil toneladas.
Mais empreendedorismo
“É mais fácil vender o que as pessoas querem comprar ou o que você acha que é bom para elas?”. A pergunta é tema da palestra sobre empreendedorismo que será ministrada por Eduardo Nogueira, neste sábado (10) às 17h20, no palco Fábrica de Empreededores, do Sebrae.

“Em geral, os empreendedores, quando montam um negócio, estão muito preocupados em desenvolver um produto para resolver um problema. Mas a maioria deles tem dificuldade para entender que o produto não é o mais importante do processo. O mais importante do processo é o cliente”, afirma.
CEO de uma aceleradora de inovações e negócios em Pontalina, Eduardo Nogueira é mentor, conselheiro consultivo e profissional de Marketing. Na palestra, no entanto, ele mostrará a empreendedores e pessoas que pensam em iniciar no empreendedorismo como o cliente é sempre mais importante que o produto.
“Primeiro o cliente precisa ter a necessidade, ou um desejo. Aí então é que você poderá ter um produto para trocar com ele. O processo sempre começa pelo cliente. Em um evento como esse aqui, a Campus Party, todo mundo pergunta: “Qual é o problema que você resolve?. Isso é perguntar a um ser humano, a um cliente em potencial, o que ele precisa”, conclui.
*Este conteúdo contempla o Objetivo de Desevolvimento Sustentável (ODS) 09 da Agenda 2030 da ONU – Indústria, inovação e infraestrutura.
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