A Universidade de São Paulo organizou um painel sobre diálogos científicos na ação climática e investimento sustentável no Brasil na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em Dubai. No encontro, a USP defendeu o protagonismo do país no combate à crise climática no mundo. “Pesquisadores da USP presentes na COP 28 mostraram como o imenso laboratório natural do País e as iniciativas em curso tornam a liderança um desafio que precisa ser assumido”, escreveu o Jornal da USP.

No entanto, os pesquisadores da universidade apontaram a necessidade do governo brasileiro superar barreiras. O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. Portanto, a professora em Direito e Gestão Ambiental da USP, Patrícia Iglecias, defendeu a criação de um modelo econômico que utilize os recursos naturais de forma sustentável. 

Ao movimentar a bioeconomia, o Brasil receberia investimentos de fundos de todo o mundo. Pois, segundo a OCDE, a bioeconomia gera 22 milhões de empregos no planeta e movimenta quase dois trilhões de euros por ano. Um caminho para esse protagonismo na visão da professora é a Agenda ESG. “Nós temos o potencial de regenerar 15% dos créditos voluntários de carbono com soluções de sequestro natural. Isso também justifica o Brasil ser hoje a bola da vez”, disse. 

Restauração ecológica

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP, gostou dos anúncios do governo brasileiro durante a COP 28, em especial do Arco da Restauração Ecológica, porque une os ministérios da Fazenda e Meio Ambiente, além do BNDES.

O professor acredita que está na hora do país adequar a sustentabilidade às vantagens naturais que possui, por exemplo, deixando de mencionar sempre o reflorestamento, mas desenvolvendo a restauração ecológica e a proteção da biodiversidade.

“A ideia é transformar toda aquela área degradada pelo desmatamento em uma área de restauração ecológica. Ainda temos que resolver a questão da bioeconomia e buscar formas inovadoras de proteção e exploração sustentável. A estabilidade dos ecossistemas é que vai propiciar o sequestro do carbono”, contou.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.

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