Os candidatos à prefeitura de Catalão, no sudeste goiano, concederam entrevista exclusiva ao programa Primeiro Tempo da Notícia, da 730, na manhã desta quarta-feira (21).

Adib Elias (PSDB), Camila Campos (PSOL) e Jardel Sebba (PSDB) comentaram os embates durante a campanha eleitoral no município e apresentaram propostas para os próximos quatro anos de mandato.

Adib Elias

O ex-prefeito e atual deputado estadual Adib Elias (PMDB) criticou os atentados das últimas semanas em Catalão, e afirmou que, se a campanha eleitoral em Catalão está violenta, o partido peemedebista não tem nada a ver com isso.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/setembro/21/adibeliaspmdb{/mp3}

“Essa violência não parte do PMDB, não vem de nós. Não somos nós que simulamos tiro em prefeitura, que queimamos papéis da superintendência de água não botamos fogo em ônibus e não invadimos comitês contábeis e jurídicos abrindo bolsa, batendo nas pessoas. Nossa campanha é propositiva. Ninguém vai colocar luva de boxe em mim e nem me levar para ringue”, ressalta.

O peemedebista também comentou as críticas do atual prefeito e candidato a reeleição, Jardel Sebba (PSDB), sobre a falta de água no município.

“Nós estamos aqui agora com uma turma de empresários que tomamos café juntos todos os dias, rindo dele, porque isso é um falastrão, um brincalhão. Há três anos que falta água aqui e, consecutivamente, no quarto. Tem 80% dos bairros de Catalão faltando água”, aponta.

O deputado estadual argumentou sobre a declaração da candidata Camila Campos (PSOL), que também em entrevista à 730, afirmou que tucanos e peemedebistas são semelhantes politicamente. Para Adib Elias, em Goiás, não existe a possibilidade de os dois partidos trabalharem juntos.  

“Ela é candidata do PSOL, precisa falar alguma coisa a mais? Quer dizer que ela é do contra. A maioria das candidaturas do PSOL é dessa forma. É uma professora que tem que ser respeitada, mas dizer que nós somos iguais porque o governo federal tem o apoio do PSDB… Aqui em Goiás, a possiblidade de PMDB e PSDB se juntarem é zero, e essa prova documental foi dada há um mês atrás pelo próprio candidato Iris Rezende em Goiânia”, afirma.

Camila Campos

A candidata do PSOL também comentou os fatos ocorridos na prefeitura e nas sedes dos partidos dos adversários no pleito municipal. Para Camila Campo, a população se encontra em uma linha de fogo na briga dos dois partidos.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/setembro/21/camilacampospsol{/mp3}

“O que a população percebe é que os eventos acontecem, são denunciados nas redes sociais, mas no campo jurídico ou mesmo da polícia, não se tem confirmação dos fatos. Então a população fica na linha de fogo, entre os dois candidatos. Violência de invasão de escritório, joga fogo nisso, naquilo e na verdade ninguém sabe o que está acontecendo, não está sendo esclarecido à população”, pondera.

De acordo com Camila Campos, há semelhanças entre as candidaturas dos dois adversários, e destaca as diferenças entre as propostas do PSOL e os outras duas siglas.

“Não são três candidaturas, na verdade são duas vias. A via deles, dos médicos, da elite, que têm seus projetos, inclusive a gente vê as farpas sendo trocadas entre eles sendo muito semelhantes, e a nossa candidatura, que é uma política popular, construída com a população, uma política que faz para resolver os problemas da classe trabalhadora, e não para ficar disputando poder nesse jogo que está se tornando cada dia mais perigoso da forma como está sendo feita”, ressalta.

A docente frisa também as propostas para os setores da Saúde e da Educação no município de Catalão, e critica o fato que pacientes precisarem sair da cidade para conseguirem atendimento e unidades de referência.

“No campo da Saúde, a gente propõe a construção de um hospital de referência e a reforma do hospital materno infantil com a construção de uma UTI neonatal. Aqui em Catalão se pratica a ‘ambulância-terapia’, tudo tem que ser na ambulância e sai correndo para Goiânia ou outra cidade. Na Educação, nós propomos uma aproximação das Universidades Federais e institutos federais, a participação deles na gestão do município, através da criação de observatórios”, destaca.

Jardel Sebba

O atual prefeito e candidato à reeleição, Jardel Sebba (PSDB) comentou o fato de Adib Elias (PMDB) figurar à frente em pesquisa feita pelo instituto Serpes, e afirma que a campanha será decisiva nos últimos dias.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/setembro/21/jardelsebbapsdb{/mp3}

“O instituto Serpes, que nunca acertou aqui em Catalão, mas eu respeito muito, está dando uma diferença aqui totalmente divergente de outras pesquisas que nós temos feito, mas eu tenho a convicção de que é uma disputa extremamente acirrada e acredito que vai ser definida nos últimos dias da eleições, como sempre aconteceu aqui em Catalão”, afirma.

Jardel Sebba destacou a relação conturbada com a oposição, e diz que vem sofrendo perseguição durante o mandato à frente do município.

“O pessoal do PMDB ficou 12 anos na prefeitura. Eles perderam a eleição para mim, e tem quatro anos que eles estão me atazanando a minha vida, vão pro TSE, pro TRE, conseguem me cassar. Eles não se conformaram em ficar fora do poder. Confesso que tive uma administração falha no primeiro 1 ano e meio, problemas de afastamento, de más escolhas, mas quando estive no último julgamento, por unanimidade me absolvendo, eu tomei medidas drásticas”, aponta.

O candidato tucano afirma quais foram as medidas em relação aos setores do município e diz que o maior legado desta administração será um reservatório que promete acabar com o problema da falta de água em Catalão.

“Catalão teve um salto extraordinário da Educação. No Ideb, saltamos de 1.763 para 153 e tivemos uma nota de 6,8 esperada para 2022. As Saúde, fizemos uma UPA que desafogou o sistema de urgência e emergência. Enquanto na Santa Casa tinha dois médicos plantonistas, hoje temos cinco médicos 24 horas por dia, transformamos nossos parques. Estamos fazendo uma obra que será o maior legado da minha gestão. Um reservatório de 7,6 milhões de litros de água, resolvendo o problema de Catalão pelos próximos 30 ou 40 anos”, afirma.