Capital mais arborizada do país, Goiânia vive o desafio de designar áreas verdes para todos os seus habitantes

O “Goiânia 90 Lugares – Entrevista” apresenta o quarto episódio da série nesta quinta-feira (26) com o tema Meio Ambiente. Assim, neste episódio, Rubens Salomão conversa com a arquiteta e urbanista Sandra Pantaleão sobre a construção da cidade, a sustentabilidade e o plano diretor. Goiânia é a capital mais arborizada do país, mas Pantaleão questionou se todos os seus habitantes acessam essas áreas verdes, como o Parque Flamboyant.

“A gente vai observando uma questão muito visual de morar de frente para uma vista maravilhosa, uma vista definitiva. Você não vai ter nenhum prédio na sua frente e vai acordar vendo a natureza, mas será que é só isso?”, reflete.

“Acho que a grande reflexão é essa: será que é só essa relação visual de ter um número, por exemplo, eu tenho X áreas verdes, pego e divido pelo número de habitantes e digo que é uma cidade ambientalmente dentro dos indicadores de qualidade de vida. Mas será que todas as pessoas de fato usufruem desse espaço?”, questiona novamente.

Plano diretor 

Goiânia possui muitas áreas verdes e é uma das cidades mais arborizadas do país. A ocupação do território é orientada pelo Plano Diretor Municipal, mecanismo que define as áreas que serão preservadas. O quarto episódio do “Goiânia 90 Lugares – Entrevista” tem uma dessas áreas como cenário, o Jardim Botânico.

“Aqui é a nascente do botafogo, apesar da gente falar só do Parque Jardim Botânico. Mas nos documentos históricos ele já estava desenhado, principalmente nessa indicação da importância que ele teria dentro de uma perspectiva mais funcional, de como é que  o córrego promoveria a própria construção da cidade em termos de fornecimento de água”, relata Pantaleão.

Sandra Pantaleão destaca o trabalho da comissão que escolheu a área da construção da nova capital. Esta comissão observou a época a topografia e as condições de fornecimento de água para o abastecimento e instalação de rede elétrica. Portanto, aponta, a discussão na época não era a preservação dos cursos d’água, mas a funcionalidade deles para a nova cidade.    

“Várias dessas áreas foram suprimidas, alguns córregos soterrados, canalizados e às vezes a gente nem sabe que eles existem. E aqueles que se mantiveram não foram totalmente urbanizados, a população não se apropriou deles, havendo hoje muito mais uma relação mercadológica de como essas áreas verdes ou a própria natureza teriam um valor agregado na perspectiva do mercado imobiliário”, argumenta.

Problemas ambientais

Atualmente o mundo caminha para uma transformação dos meios de produção e consumo. Assim, a sustentabilidade é um fator importante para a economia. Com a valorização das áreas verdes pelo mercado imobiliário, a arquiteta e urbanista aponta o surgimento de problemas ambientais.

“Começa uma série de outras tensões e outros problemas ambientais, como por exemplo, a questão da drenagem urbana que hoje é um ponto urgente a ser pensado em Goiânia”, diz. 

A arquiteta e urbanista conta mais detalhes sobre a escolha da região do córrego botafogo para a construção da cidade. Além disso, ela detalha o que tinha no local antes de Goiânia ser instalada. O quarto episódio do “Goiânia 90 Lugares – Entrevista” vai ao ar nesta quinta-feira (26), às 17h30, na Sagres TV. 

O “Goiânia 90 Lugares – Entrevista” faz parte da campanha “Goiânia 90 Lugares” para celebrar os 90 anos da capital do estado. Assim, Rubens Salomão conversa com convidados especiais e em locais importantes da cidade, para mostrar  Goiânia através de cinco aspectos: História, Racismo, Economia, Meio Ambiente e Cultura. As entrevistas vão da segunda-feira (23) à sexta-feira (27), sempre às 17h30, na Sagres TV.

Goiânia 90 lugares

Goiânia faz 90 anos em 24 de outubro. Por isso, o Sistema Sagres de Comunicação, com apoio da Prefeitura de Goiânia, elaborou um guia de 90 locais a serem conhecidos por você que é goianiense, que mora na capital ou que está de passagem por aqui. Esta é a campanha “Goiânia 90 Lugares”.

A produção inclui 90 reportagens em texto e fotos de lugares marcantes da cidade, 30 vídeos, um mapa e uma página especial. A campanha conta ainda com entrevistas especiais sobre a construção, estrutura e futuro da nossa capital.

As ações têm coordenação de Rubens Salomão, com pesquisa e textos de Samuel Straioto, Arthur Barcelos e Rubens Salomão. Imagens e edição de Lucas Xavier, além das reportagens em vídeo de Ananda Leonel, João Vitor Simões, Rubens Salomão e Wendell Pasqueto. A coordenação do digital é de Gabriel Hamon. Coordenação de projetos é de Laila Melo.

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis.

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