Com o objetivo de facilitar ao máximo o acesso de crianças à vacina contra Covid-19, o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, afirmou em entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (6), que a imunização dos pequenos de 11 a 5 anos ocorrerá em ordem decrescente de idade e não pelo critério de comorbidades, como definiu o Ministério da Saúde. “Será da forma mais fácil possível”, declarou o secretário.

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Ismael explicou que, conforme identificado pela Secretaria, em caso de vacinação com prioridade para crianças com comorbidade o processo seria atrasado, enquanto a intenção é imunizar o maior número possível de crianças o mais rápido possível. “Se a gente coloca um critério a mais, muitas pessoas que sequer tem o laudo da comorbidade terão que ir novamente na unidade básica de saúde e isso vai sobrecarregar o sistema. Enquanto a pessoa está correndo atrás desse laudo, já descemos a idade e chegamos na idade da pessoa”, detalhou.

Uma das preocupações do secretário, é o retorno das aulas. Apesar de ressaltar que as crianças são o grupo com menor risco, Ismael alertou que um aumento descontrolado de casos poderá levar complicações para os pequenos e também para o sistema de saúde como um todo.

Ômicron

Goiás tem 38 casos confirmados da nova variante do coronavírus, com transmissão comunitária, informou o secretário de Saúde de Goiás. Conforme o sequenciamento genômico feito pelo Estado, a cepa ainda não é a predominante no Estado, mas é provável que se torne em pouco tempo. “A Ômicron tem uma capacidade de transmissão muito grande. Felizmente, com papel da vacina também, ela tem demonstrado menor agravamento e menor letalidade”, disse Ismael.

O secretário esclareceu que apesar do número absoluto de casos ser pequeno, há uma tendência de aumento nos registros, mas até o momento, os dados não apontam para uma sobrecarga quanto à internações em enfermarias e UTIs. “Mas ela tem a capacidade de exercer grande sobrecarga na entrada do sistema de saúde, porque os sintomas incomodam muito, sobretudo a febre alta e a dor no corpo. E aí o paciente, naturalmente, vai a unidade de saúde”, salientou.

Sobrecarga

Ainda segundo o secretário, há uma subida nos registros de Covid-19 nos últimos 30 dias, além de que agora haverá um reflexo das festas de fim de ano. Porém, o aumento na procura de unidades básicas de saúde, no momento, ocorre em função da gripe e da dengue.

“Essa concomitância de outra doença viral de fácil contaminação, que é a influenza e, também, a dengue, tendo em vista o período chuvoso, tem colocado uma tripla dificuldade para nós. O sistema de saúde, do ponto de vista de paciente grave, não está sendo tão demandado, mas as unidades básicas de saúde os Cais e as UPAs, sim. E a medida que os Cais e as UPAs vão enchendo, mesmo esses casos mais simples vão chegando nos hospitais de alta complexidade”, alertou Ismael.

Com uma previsão de 60 dias convivendo com essas três doenças “de forma muito aquecida”, o secretário pediu para que todos os cuidados sejam mantidos para evitar a transmissão.

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