A China conseguiu, em um primeiro momento, controlar a pandemia de Covid-19 desde que ela se instaurou no início de 2020. No entanto, um segundo impacto do coronavírus no país voltou a afetar de forma drástica a economia chinesa, com a adoção da chamada política de Covid Zero.

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Com lockdowns severos e quarentenas implacáveis, a capital Xangai tem sido o centro da nova política no país, enquanto o resto do mundo assiste a uma gradual recuperação pós-pandemia, sem que a Covid tenha, de fato, desaparecido.

”Com esse segundo impacto da pandemia, o governo de Pequim, de Xi Jinping, que está em busca de seu terceiro mandato como presidente da China, faz com que ele adote uma política mais rigorosa, com lockdowns quase que intermitentes, com afastamento de pessoas do trabalho. Começa a haver falta de mão de obra, problemas na logística, e efetivamente até de abastecimento. Isso afetou o crescimento chinês nesses últimos dois meses”, analisa o professor de História e Geopolítica, Norberto Salomão, do podcast Sagres Internacional.

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De acordo com o professor, a China tem tentado de reinventar economica e tecnologicamente. ”A China está querendo mais ser uma criadora de ideias, de tecnologias, do que uma produtora de tudo, porque hoje praticamente tudo o que a gente consome no mundo vem da China”, pontua.

De longe o país mais populoso do planeta, a China tem enfrentado outro desafio: uma diminuição do crescimento populacional, inclusive com um êxodo de estrangeiros, o que já ocorria desde 2020 quando não havia previsão de abertura das atividades por causa da pandemia.

Emissão de vistos para a China também estão suspensos. ”Nos últimos 30 anos, a população chinesa tem uma tendência de diminuir, uma diminuição do crescimento populacional chinês. Isso afetou diretamente o mercado imobiliário. A Evergrande, uma grande construtora da China, parte do seu império quebrou, para pagar dívidas”, analisa Salomão.

No início do ano, a perspectiva de crescimento econômico da China em 2022 era de 5,5%. Em março, com o aumento dos lockdowns e a retomada de casos de Covid-19 no país, as expectativas baixaram para 4,3%. Em maio, o sistema financeiro mundial acredita que o índice não deva passar de 3%.