O secretário Rodney Miranda (Foto: Rubens Salomão/Sagres On)
Não foi só o prefeito Iris Rezende que não gostou da criação dos Gabinetes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e dos Guarda Municipal na Câmara de Goiânia. O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, disse à Sagres nesta sexta-feira (5) que se surpreendeu com o projeto aprovado pela Câmara, porque ele está em “desacordo” com a orientação de sua pasta.
“A Assembleia Legislativa devolveu PMs à Secretaria, o Tribunal de Justiça devolveu”, disse, para explicar que a orientação do governo é retirar policiais das atividades administrativa e meio para aumentar o contingente de homens nas ruas. Rodney Miranda diz que vai chegar até o meio do ano com 500 a 600 policiais a mais reforçando o policiamento e que sua meta é chegar a mil.
Ele afirmou que não foi procurado pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo (PROS), ou por outro vereador para discutir a presença de policiais e de bombeiros no Gabinete Militar do Legislativo. Rodney disse que pretende conversar com a Câmara, mas sobre a devolução de PMs.
No veto que irritou o presidente da Câmara e seus pares, Iris Rezende afirmou que há déficit de pessoal na área de segurança e que a Câmara já está protegida, inclusive seu presidente, Policarpo, que é guarda municipal. O projeto prevê a cessão de 15 PMs, 6 bombeiros e 25 guardas municipais com gratificação de 30% sobre o salário.
Corrupção
Na entrevista à Sagres, o secretário explicou que renegociou contratos da secretaria a conseguiu uma redução por ano de R$ 5,7 milhões no fornecimento de alimentação para os presos, de R$ 540 mil com monitoramento eletrônico, R$ 930 mil com compra de combustível e R$ 150 mil com publicações. A redução anual com esses contratos chegará a R$ 10 milhões, disse.
Rodney Miranda admitiu que há superfaturamento em alguns contratos e que a SSP descobriu que tinha pessoas que se beneficiavam deles. “Sim, havia corrupção”, confirmou. Ele diz que criou a Superintendência de Combate à Corrupção e Crime Organizado na SSP para investigar os casos suspeitos. Rodney garantiu que os casos serão revelados ao público quando a investigação for concluída.
O secretário também observou que a Polícia Civil vai voltar a investigar crimes de corrupção. Segundo ele, “o combate à corrupção foi preterido” no governo passado e que isso não mais ocorrerá. Ele disse que um dos fatores que têm contribuído com a redução de índices de criminalidade em Goiás é atuação mais técnica das Polícias Civil e Militar. Segundo ele, havia ingerência politica nas investigações e distribuição de policiais e criação de comandos da PM em atendimento a interesses políticos.
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