Sagres em OFF
Rubens Salomão

Cúpula do MDB define, mas bancada na Câmara diverge sobre desembarque em Goiânia

O rompimento com o Republicanos e desembarque da gestão do prefeito Rogério Cruz foi definido por membros da direção estadual do MDB, depois das primeiras conversas informais nesta quarta-feira (31), a partir das últimas alterações no secretariado e da decisão pela suspensão dos contratos de pavimentação na cidade. As avaliações na cúpula emedebista terão continuidade hoje e a tendência é de oficialização na próxima segunda-feira (5).

O pedido de demissão de Luiz Bittencourt da Secretaria de Infraestrutura já faz parte do processo de desembarque da equipe e a antecipação ocorreu por decisão pessoal do ex-deputado federal, que entregou o cargo ao prefeito por meio de carta.

Emedebistas dizem que, além das trocas, a postura de Rogério Cruz tornou a aliança insustentável, principalmente por realizar trocas pelo Diário Oficial do Município e não respeitar pedidos de tempo, como o feito pela ex-presidente da AMMA, Zilma Peixoto.

A gota d’água foi o descumprimento da promessa de campanha feita por Maguito Vilela, que venceu as eleições de 2020 e morreu no dia 13 de janeiro, de continuar todas as obras iniciadas na gestão de Iris Rezende. Em entrevista coletiva ontem, o prefeito admitiu que não há qualquer indício de irregularidade nos contratos do asfalto, além de suspeitas de vereadores, que estão prestes a instalar uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) sobre o assunto na Câmara Municipal.

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Base de apoio

Enquanto o rompimento é decisão tomada na cúpula do MDB, restando definir apenas os detalhes de como o desembarque ocorrerá, na bancada de vereadores do partido a avaliação é contrária. Parlamentares continuam com discurso de que as mudanças na equipe são prerrogativa do prefeito.

Causa própria

A direção do partido ainda não considera definir punições para vereadores que não seguirem a decisão pelo rompimento. Entendimento é que “ninguém no MDB teria a ingenuidade de cobrar fidelidade deles”, já que estão com indicações pessoais e familiares em cargos da prefeitura.

Divergência

A tentativa de Rogério Cruz para apaziguar a situação de crise na equipe de secretários acabou se tornando novo ponto de desgaste com o MDB. A reunião realizada na tarde e noite de ontem serviu para apresentar os auxiliares novatos e se tornou uma apresentação sobre “governança” por um palestrante convidado, que veio de Brasília. A proposta de centralizar poderes em quatro secretarias gerou intensa discussão com o ainda secretário de Finanças, Alessandro Melo.

De saída

Entre indicações e filiados, o MDB ainda tem na gestão: Carlos Júnior (Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa); Alessandro Melo (Finanças); Murilo Ulhôa (CMTC); Agenor Mariano (Planejamento); Aristóteles de Paula (Comurg); além de Fernando Meirelles (GoiâniaPrev), que foi mantido da gestão de Iris Rezende.

Detalhe

Além da falha argumentação para justificar nomeações de parentes de aliados, chamou a atenção de emedebistas a confirmação do prefeito Rogério Cruz, em entre coletiva, de que as mudanças no secretariado têm intenção política, com vistas à eleição de 2022, especialmente a posse de Luan Alves, filho do vereador Clécio Alves (MDB).

Educação

A Câmara de Goiânia aprovou projeto de lei do Paço que institui o Conselho de Acompanhamento e Controle Social (CACS) do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Ao trabalho

Toda a tramitação durou apenas um dia para atender a prazo da Lei Federal 14.113/2020, que criou o novo Fundeb, e determinou que os gestores municipais reestruturassem os Conselhos até 31 de março. Com a nova lei, o mandato dos conselheiros foi ampliado para quatro anos, sem recondução para mandato seguinte. Antes, o mandato era de dois anos, renováveis por igual período.

Conveniente

Deputados e senadores cumprimentaram o goiano Elias Vaz (PSB), que conseguiu aprovar requerimento para visita do ministro da Defesa, Braga Neto. A aprovação é conveniente pela recente mudança na pasta e nos comandos das Forças Armadas, mas tem origem nas compras estranhas no ministério, como de picanha e cerveja.

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