Em reunião com o presidente Lula (PT) e governadores, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) afirmou que forças de segurança de Goiás estão de “prontidão” para que novos ataques golpistas não sejam realizados no país. A reunião foi convocada pelo presidente, depois do decreto de intervenção federal no Distrito Federal com o objetivo de manter a ordem após bolsonaristas invadirem as sedes do Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.
“O governador Ronaldo Caiado determinou que todas as todas as forças de segurança do estado que pudessem estar atenta de prontidão e trabalhando de forma compartilhada com as forças de segurança nacional, no sentido de coibir qualquer nova atitude por parte desses vândalos e criminosos”, disse Daniel Vilela. O vice-governador ainda reafirmou “o apoio à democracia brasileira e ao Estado Democrático de Direito em todas as manifestações”.
Daniel representou o governador Ronaldo Caiado (UB) na reunião em Brasília, que retomou atividades ontem no Palácio das Esmeraldas, mas mantém “repouso relativo”, por conta de intervenção cirúrgica realizada em dezembro. “Os governadores, o presidente da República, a presidente do Supremo Tribunal Federal, e presidentes do Legislativo. Todos em um ato de desagravo dos Poderes, afrontados pelos atos de terrorismo e vandalismo”, definiu o vice.
Ideológico
“Não se trata de nada partidário ou ideológico. O governador sempre foi grande opositor do PT e do próprio presidente Lula, mas jamais deixou de reconhecer a lisura dos processos eleitorais”, avaliou ainda Daniel Vilela, em Brasília.
Ao mérito
O governador voltou a condenar os atos antidemocráticos que deram início aos ataques violentos e depredação na sede dos poderes em Brasília e reafirmou que o resultado da eleição deve ser respeitado. “Se amanhã, quem perde, achar que deve insurgir contra ela [a eleição], então, não é regime democrático”, definiu.
Cansaço!
“É inaceitável. Já cansou a todos essa tese de que o resultado da eleição… Já tem dois meses e a insistência de querer contestar uma decisão de uma eleição não tem nenhuma lógica”, completou Caiado em entrevista coletiva.
Divergência interna
O governador ainda realizou reunião nesta segunda-feira (09/01) com deputados estaduais e federais eleitos da base aliada, no Palácio das Esmeraldas. Caiado os atualizou sobre o monitoramento feito no estado em relação aos atos antidemocráticos. Detalhe: alguns dos aliados caiadistas mantêm posição radical que incentiva os protestos golpistas.
Apoio prático
Caiado anunciou que o sistema prisional goiano colocou cerca de 270 vagas à disposição do Poder Judiciário no Presídio Estadual de Águas Lindas de Goiás e na Central de Triagem, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Recado
“Estes atos, enquadrados como terroristas, são capazes de levar os culpados à prisão por 15 anos. Então, acredito que as pessoas que estão financiando e orientando esses processos sofrerão consequências graves nos julgamentos que ocorrerão nos próximos meses”, projetou o governador. “Nós, em Goiás, não vamos aceitar qualquer ato de vandalismo ou de criminalidade que venha a colocar em risco nosso sistema democrático”.
Exemplo
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) pediu a instauração de procedimento de quebra de decoro parlamentar contra o vereador de Inhumas, José Ruy Garcia (PTC). Ele foi filmado participando dos atos golpistas em Brasília no último domingo (8).
Incitação
O ofício do órgão aponta que José Ruy Garcia participou de um ato que culminou com a depredação de patrimônio público e definiu os atos como “incitação à subversão do Estado Democrático de Direito”. “A DPE-GO informa que, caso haja omissão em apurar a conduta do vereador por quebra de decoro parlamentar, buscará a responsabilização por outras vias, notadamente a judicial”, diz o órgão.
Defesa
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP) saiu em defesa do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) e disse que o seu titular é um homem democrata e que “por infelicidade recebeu várias informações equivocadas durante todo o momento de crise”.
Consciência
“É um democrata, um homem que exerceu a presidência da Ordem, sabe o que significa um ataque aos poderes da República”, completou a interventora.
