Nessa última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou os dados do desemprego em todos os estados brasileiros. Sendo assim, em 20 deles a taxa bateu recorde, inclusive em Goiás. No território goiano, o desemprego bateu 12,4%, um pouco abaixo da média nacional, 13,5%.

O principal motivo apontado é o impacto negativo da pandemia neste meio de mercado. Portanto, para conversar sobre o assunto, o Debate Super Sábado (13), recebeu o vice-presidente da FIEG André Rocha, a gerente do Observatório Fiesc Eliza Coral. Além deles, Yara Nunes, gerente de Intermediação e Relocação do Trabalho da Secretaria da Retomada.

Mão de obra qualificada

Segundo Yara, os números divulgados pelo IBGE não fogem do que as Federações e Instituições já vem discutindo. Além disso, comentou que diversos empregadores possuem vagas de trabalho disponíveis, porém, não há mão de obra qualificada para suprir a demanda.

“Desde o ano passado, dentro do Programa Mais Empregos, nós desenvolvemos projetos para evitar o desencontro entre mão de obra e vaga de emprego, especialmente capacitando e qualificando a mão de obra goiana”, comentou.

Para André Borges, existem muitos problemas em relação a mão de obra qualificada. A saber, um deles é o setor de confecção, muito forte em Goiás. Ainda, explicou que todos os setores da indústria demandam capacitação e precisa sempre ser melhor porque o mercado está cada vez mais competitivo.

Por outro lado, Santa Catarina tem o menor índice de desemprego (6,1%). De acordo com Eliza, em 2020, o estado teve um saldo positivo de 27 mil empregos. Um dos motivos para a baixa taxa é diversificação da industrias.

“Ano passado tivemos um total de 52 mil empregos e a indústria foi responsável por 50% deles. Nós temos uma indústria que gera mão de obra e diversificada, como de alimentos e bebidas, tecnologia da informação, têxtil”, comentou a gerente.

Informalidade x Desemprego

Outro informação divulgada é a informalidade como uma das causas para o aumento do desemprego. Sendo assim, de acordo com a gerente e Intermediação e Relocação do Trabalho, a informalidade é o desejo que a pessoa tem de empreender.

“Muitos querem sair do seu trabalho formal para empreender, mas não tem noção de como fazer ou não tem habilidade. Isso acaba gerando outros problemas. Portanto, para selecionar a questão da informalidade, desenvolvemos políticas públicas”.

Desemprego entre mulheres e jovens

Com os dados divulgados pelo IBGE percebe-se que o desemprego foi maior entre mulheres, pretos, pardos e jovens.

“No setor agro, tem uma presença muito mais masculina do que feminina. Mas nós temos feito um trabalho forte com as mulheres para operação de colheitadeiras mecânicas e estão saindo na média melhor que os homens, em produtividade. Portanto, esse tipo de trabalho ajuda a promover a inclusão”, salientou o presidente da FIEG.

André ainda comentou sobre a questão dos jovens. Dessa forma, afirmou que deve nortea-los a um trabalho de tecnologia e que em Goiás está muito atrasado em relação a isso. “Precisamos somar esforços com a Secretaria da Retomada, da Ciência e Tecnologia e o Sebrae para fomentar os investimentos em tecnologia.”

Mariana Tolentino é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com a Iphac e Unialfa sob supervisão da jornalista Tandara Reis.