O Brasil tem hoje 408 mil jovens aprendizes, com idades entre 14 e 24 anos, empregados. Essa força laboral que faz diferença no mercado de trabalho ainda precisa de oportunidades no mundo dos negócios sem deixar a educação de lado. Por isso a necessidade de fortalecer políticas públicas de aprendizagem. Esse assunto foi tema do Debate Super Sábado de hoje (24/4), Dia Internacional do Jovem Trabalhador.

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Para explorar o assunto, participaram o gerente de polo da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi), Estevão Andrade, da superintendente regional do Trabalho em Goiás, Sebastiana Batista, do auditor fiscal do Trabalho e coordenador nacional de Aprendizagem Profissional do Ministério da Economia, Ramon de Faria Santos, além do o secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa de Goiânia, Paulo Henrique da Farmácia.

Um dos empecilhos para entrada desse jovem no mercado de trabalho em Goiás é a falta de qualificação estrutural, segundo Sebastiana Batista. “As pessoas precisam se qualificar e buscar as alternativas. A própria superintendência do trabalho dá esse apoio sobre como iniciar a vida laboral. Esses jovens precisam ser direcionados, encaminhados ao mercado de trabalho”, reforçou a superintendente.

A prefeitura de Goiânia, por meio da secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa, tem buscado parcerias para auxiliar o jovem na busca pelo primeiro emprego e na capacitação focada no mercado de trabalho. “Assumimos a pasta recentemente, mas isso é uma pauta da secretaria. Fui conselheiro tutelar por 10 anos e sei da importância da inserção desse jovem no mercado. A palavra é oportunidade e por isso estamos buscando fazer a parcerias com várias entidades e outros órgãos da própria administração para fornecer esse apoio”, informou o secretário Paulo ao ressaltar que deve haver direcionamento para os jovens em vulnerabilidade social.

Está sendo estudada a proposta do Sine ofertar vagas de trabalho para essa faixa etária. “A maioria dos jovem de periferia não tem a informação e nem o acesso à internet. Ele não sabe onde ir. Então toda essa união de esforços visa criar oportunidade”, complementou.

Só em janeiro e fevereiro deste ano, em todo o país, mais de 94 mil estudantes, entre 14 e 24 anos, tiveram acesso ao mercado de trabalho por meio do programa Jovem Aprendiz, um modelo de contratação que alia a aprendizagem técnica a uma vaga formal com a permanência na educação, colaborando no combate à evasão escolar. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Em Goiás, nos dois primeiros meses deste ano, foram 2.456 novas oportunidades para a primeira experiência. Foi o setor do comércio que mais precisou dessa mão de obra no estado.

Aprendizagem Profissional por meio da contratação de um jovem aprendiz é determinada por meio da lei 10.092/2000. Ela estabelece que todas as empresas de médio e grande porte contratem um número de aprendizes equivalente a um mínimo de 5% e um máximo de 15% do seu quadro de funcionários cujas funções demandem formação profissional.

Confira o programa em vídeo:

Existem várias empresas fazem essa ponte entre os jovens estudantes e o mundo corporativo pelo Jovem Aprendiz. Uma dessas organizações é a Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração, a Renapsi. Como a pandemia limitou ainda mais o acesso desses jovens às ferramentas de qualificação, foi preciso inovação e tecnologia para manter essa ponte.

 “Hoje, nós temos todos os jovens fazendo as horas teóricas através da nossa plataforma conectada, e nós oferecemos também vários mini cursos que são gratuitos. Esses mini cursos auxiliam para que esses jovens possam ingressar no mercado de trabalho e chegam mais capacitados. Mas o fato que é nossa preocupação. Temos buscado o meio digital para dar a força para esses jovens”, destacou o gerente de polo da Renapsi, Estevão Andrade.

Antes da pandemia, a utilização dessas plataformas online pelas entidades formadoras só era permitida após aprovação do Ministério da Economia. Após a pandemia, houve a liberação de ferramentas mesmos sem prévia aprovação, o que pode ter minimizado parte do impacto da pandemia na aprendizagem. “Fomos atropelados pela pandemia. As entidades passaram a adotar ferramentas que têm sido uma experiência que vai impactar nas mudanças normativas que vamos ter a partir de 2021. Já vamos incorporar na legislação da aprendizagem de forma definitiva”, ressaltou coordenador nacional de Aprendizagem Profissional do Ministério da Economia, Ramon de Faria Santos.

O coordenador pontuou que uma sociedade que investe no jovem é uma sociedade que terá bons profissionais para construir uma nação melhor. “Temos trabalhado muito para que o direito desses jovens seja cumprido”, considerou.

TRANSFORMAÇÃO

Ter jovens com talentos e sonhos no quadro de funcionários é investir na própria organização e oportunizar uma mudança de vida.

“Hoje, eu levo renda para minha família. Por meio do jovem aprendiz eu consegui crescer profissionalmente e fazer amizades tanto dentro da empresa, quanto dentro da Renapsi. Foi uma forma de me apresentar ao mundo do trabalho”. Guilherme,18 anos.

“Na Renapsi eu aprendi coisas sobre técnica, mas também sobre a vida”. Gabriel, 18 anos

“A cada dia que passa, eu aprendo mais sobre o meio trabalho e sobre as pessoas. É uma oportunidade única, pois ajudo nas despesas de casa e consigo ter minha independência financeira. Isso está me fazendo amadurecer muito”. Sauane Ribeiro, 17 anos.

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