O debate super Sábado desta semana discutiu sobre a B.1.617.2, a nova cepa da covid-19 com origem na Índia, país com maior predominância do novo tipo viral e com aumento de número de casos de mortos pelo vírus. Esta é a quarta cepa do coronavírus que recebeu o sinal de “Variante de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A bióloga especialista em Genética e professora da PUC Goiás e Universidade Federal de Goiás (UFG), Dra. Mariana Teles e a pneumologista Fernanda Miranda, esclareceram quais as preocupações e a suposta 3° onda do coronavírus.

Ouça o debate na íntegra:

“Essa variante indiana tem mais indícios de preocupação, mas a gente tem outras variantes circulando, que podem ser verificadas com o número alto de casos. Não sei nem se é terceira onda, mas estamos em uma maré alta. Cada um tem que fazer sua parte, manter o distanciamento, aguardar a vacinação e torcer que aumente o número de vacinações que é a forma mais possível de controle de qualquer disseminação, incluindo a indiana que já chegou por aqui e a P4 que esta sendo descrita para o estado de São Paulo, que parece ser outra variante preocupante também” disse a Dra. Mariana.

De acordo com a pneumologista Fernanda Miranda, houve abertura para o alastramento das cepas devido as datas festivas e a ausência de cuidados com as medidas restritivas.

“Não chamo isso de terceira onda, chamo isso se tivesse uma queda acentuada e tivesse subido de novo. Tivemos uma queda sutil, pequena e agora estamos vendo de novo, não esta como março e abril que estávamos escolhendo pacientes para levar pra UTI, mas se continuara assim vamos ter que escolher de novo”, disse a Dra. Fernanda Miranda.

O presidente do Instituto Butantan, argumentou na CPI da pandemia que a vacina é uma medida que vai ajudar, porém é preciso da compreensão da população do uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social. As convidadas destacaram o mesmo posicionamento e ressaltaram sobre os protocolos.

“A vacina, ela não é 100% eficaz no sentido de bloquear a transmissão ou que você adquira a doença. De vista populacional, a gente só controla. Estamos apagando fogo (pandemia) e tem mais de um ano que já aprendemos e já devíamos ter condição de fazer uma prevenção melhor. Se a gente conscientizar as pessoas, que eu, você, nós, diminuir a circulação. Julho está chegando, não é hora de viajar agora, é hora de ficar em repouso mesmo, é sacrifício de todo mundo” explicou Mariana e pedindo para a população manter o isolamento.

O presidente dos Estados Unidos pretende declarar independência do vírus no dia 4 de julho de 2021, dia da independência do país. Segundo a Dra. Mariana, no Brasil, os dados não têm diminuído e a pandemia não parece estar chegando ao fim.

“Então agora, se o presidente americano vai declarar a independência do vírus, tem um fator prioritário lá, a vacina. Além disso, há outras medidas, mas a vacina foi o fator crucial” ressaltou Mariana.

Ananda Leonel é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com IPHAC e a Faculdade UniAraguaia, sob supervisão do jornalista Denys.