O delegado-geral da Polícia Civil, Odair José, foi comunicado na tarde desta segunda-feira (7) sobre seu desligamento do cargo e, de acordo com apuração da Sagres 730, sua possível transferência, para a Superintendência de Combate à Corrupção. O atual superintendente, delegado Alexandre Pinto Lourenço, vai substituir o atual delegado-geral. A Sagres apurou também que deve haver outras mudanças na área de segurança pública.

Ontem o deputado Humberto Téofilo (PSL), que também é delegado, divulgou um áudio com a informação sobre a exoneração. Em entrevista ao Sagres Sinal Aberto, nesta terça-feira (09), ele afirmou que a mudança ocorreria em retaliação a realização de uma operação policial sem o conhecimento do comando da Segurança Pública. A Sagres tentou contato com o delegado-geral, mas não recebeu retorno até a publicação dessa reportagem. A Sagres também aguarda manifestação da Secretaria de Segurança Pública.

O presidente do Sindicato de Delegados da Polícia (Sindipol), Pedro Caires, disse que foi informação da decisão de exoneração na tarde de segunda-feira. Na sequência o Sindicato lançou no site da entidade a eleição de uma lista tríplice para sugestão de nomes para o governador.

De acordo com o deputado estadual Humberto Teófilo, a comunicação de uma operação só deve ser feita ao governador do Estado, ou ao secretário de Segurança Pública, após ser deflagrada. Assim, ele classifica a exoneração como perseguição política.

“A verdade é que existem muitas investigações, que atingem diversas pessoas, e estão desagradando muitos. Aí, agora estão procurando maneiras de tentar abafar. É muito triste isso”, lamentou.

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O deputado diz ainda que caso se tratasse de uma reforma na Secretaria de Segurança Pública, o primeiro a ser exonerado, deveria ser o próprio secretário. “Depois com delegado-geral, comandante da PM, do Bombeiro e outros, caso necessário”. Humberto afirmou que estão tentando abafar muitas “investigações graves” na delegacia.

Em dezembro de 2020, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovada para a criação da Polícia Penal, porém, uma emenda colocada na PEC alterou a Constituição Estadual e agora é necessário uma autorização judicial, para que investigações contra quem tem foro privilegiado tenham início. Como votou a favor da PEC, Humberto foi questionado se a defesa do delegado-geral, neste momento, não seria uma contradição.

“Primeiro, é diferente um delegado ser removido porque está presidindo uma investigação. Segundo, eu não vejo nenhum efeito prático no que tange a comunicar o Tribunal de Justiça e a pedir autorização no Tribunal de Justiça para investigar determinadas autoridades. Ao meu entendimento não tem nenhum efeito prático”, declarou Humberto, negando que haja alguma contradição.