Sagres em OFF
Rubens Salomão

Deputadas da base enviam carta para Lula pedindo ministra negra no STF

Um grupo de 25 deputadas federais da base do governo enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que ele indique uma ministra negra para o Supremo Tribunal Federal (STF). O texto tem assinatura de parlamentares de partidos como o PT, do próprio presidente, PSOL, PSB e PCdoB. Uma vaga na composição do STF segue aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Ela chega aos 75 anos nesta segunda-feira (2), idade-limite para o serviço público, de acordo com a lei.

Lula, a quem cabe fazer a indicação, ainda não informou quem será o escolhido. Setores da sociedade têm reivindicado que seja uma mulher. Com a saída de Rosa Weber, o STF fica com só uma ministra: Cármen Lúcia. Em 132 anos, a Corte teve 3 mulheres: a ministra aposentada Ellen Gracie (indicada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), Cármen Lúcia (indicada por Lula em 2006) e Rosa Weber (indicada por Dilma Rousseff em 2011).

Na carta enviada a Lula, as deputadas argumentam que a nomeação de uma mulher negra é um passo essencial para a representatividade da população negra nas esferas de poder e também para a modernização do Judiciário. “A reivindicação por uma ministra negra é essencial para o avanço na necessária transformação do sistema de justiça brasileiro, não só pela importância de ver o povo negro em representação, mas por todas as possíveis mudanças estruturais na forma como a lei será interpretada, o direito aplicado e a justiça feita”, afirmam as parlamentares.

ministra negra lula
Foto: Presidente Lula no lançamento das Seleções do Novo PAC. (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministra negra

Lula, porém, já afirmou que não deve observar gênero e raça como critérios por ele para a indicação. “O critério não será mais esse [gênero]”, disse.

Pressão

“Eu estou muito tranquilo, por isso que eu estou dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira”, disse o presidente em entrevista na última semana.

Desigualdades

Para as parlamentares, na carta enviada ao presidente, a nomeação de uma mulher negra combate as desigualdades estruturais da sociedade.

Inclusão

“Como parlamentares do campo progressista, estamos comprometidas com o enfrentamento das desigualdades estruturantes em nossa sociedade. Neste sentido, consideramos a indicação de uma mulher negra um passo significativo em direção a um judiciário mais inclusivo e representativo, capaz de lidar com os desafios contemporâneos e proteger direitos fundamentais de todas as pessoas”, destacaram no texto.

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 Igualdade de Gênero; ODS 10  Redução das Desigualdades; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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