Participantes do encontro de Mulheres Parlamentares do P20, em Maceió (AL), apontam que a reunião inédita é um marco na construção de rede global de mulheres que permita o protagonismo delas nas decisões políticas. Na abertura da reunião do P20, a coordenadora da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), comemorou a realização. Ela destacou o trabalho da Secretaria da Mulher como uma experiência que serve de exemplo para outras nações que buscam avançar nas políticas de ampliação das mulheres na política.
“Não queremos ser mais. Tampouco permitiremos ser menos, ou menores. Essa reunião é fundamental para darmos início a um movimento global que nos fortaleça e proteja nossos direitos. Como mulheres parlamentares temos a missão de desafiar os estereótipos”, disse. O tema da reunião é “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. E conta com a presença de mais 170 parlamentares do Brasil e de outras partes do mundo. “Levaremos à 10ª reunião do P20, que vai acontecer em Brasília, em novembro, os resultados desse debate que, tenho certeza, será muito profícuo”, defendeu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL).
A procuradora da Mulher da Câmara, deputada Soraya Santos (PL-RJ), destacou na reunião do P20 que os temas foram alvo de sugestão das deputadas, tendo em vista as dificuldades comuns enfrentadas no Parlamento. “Esses temas vão subsidiar as decisões dos países do G20 e propor legislações em defesa da mulher. As trocas de experiência serão facilitadoras ao mostrarem caminhos”, destacou.

Reunião do P20
Para a presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, deputada Ana Pimentel (PT-MG), o encontro inclui a agenda das mulheres no centro de debates do G20. Além da necessidade de outro projeto de desenvolvimento. Para a deputada, a atual divisão sexual do trabalho, em que as mulheres cuidam da casa e dos filhos, além do trabalho, sustenta o atual modelo de desenvolvimento. Mas onera e sobrecarrega as mulheres.
Empoderamento
A secretária-executiva do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi, preside o grupo de trabalho sobre empoderamento das mulheres que acontece pela primeira vez na reunião do P20. Segundo ela, o grupo possibilita que as questões econômicas sejam discutidas pelas mulheres em pé de igualdade com os homens.
Urgente
Maria Helena Guarezi afirmou ainda que existe um consenso entre os países do G20 de que é urgente propor ações contra a misoginia nas redes sociais. O problema afeta as mulheres em todo o mundo e que impede a participação delas em espaços de decisão.

Influência
“O G20 é o fórum com maior capacidade de influenciar a agenda internacional”. A afirmação é da secretária-geral de Relações Exteriores do Brasil, embaixadora Maria Laura da Rocha. E um espaço importante para avançar na pauta do combate às desigualdades de gênero.
Igualdade salarial
“Durante a presidência australiana do G20 em 2014, chegou-se ao acordo de se reduzir a disparidade entre homens e mulheres na força de trabalho em 25% até 2025. A partir do ano que vem, esperamos que o G20 possa adotar metas sobre igualdade salarial. Uma temática que já está em discussão, mas que ainda precisa ser negociada no grupo”.
Representação
A deputada Yandra Moura (União-SE) lembrou que o Brasil tem um dos menores índices de representação de mulheres nos parlamentos do mundo. Ocupa a posição 133 entre 173 países. Yandra é Coordenadora do Observatório Nacional da Mulher na Política. Desde 2021, o Observatório integra a Secretaria da Mulher da Câmara e promove pesquisas que procuram entender e superar a sub-representação.
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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gênero; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.