2016 é o terceiro ano da campanha Dezembro Laranja, que trata dos cuidados e da prevenção ao câncer de pele. Só em 2015, cerca de 195 milhões de pessoas foram impactadas pela campanha em todo o país.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/dezembro/05/saulopaiva{/mp3}

Na tarde desta segunda-feira (5), o médico oncologista do Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom), Saulo Machado de Paiva, concedeu entrevista sobre o tema ao apresentador Rubens Salomão e tirou dúvidas de ouvintes e internautas ao vivo no programa Cidadania em Destaque, da 730.

Para o especialista, um dos fatores que contribuem para o aumento de casos no país e no mundo é a falta de utilização do protetor solar. Segundo Paiva, no caso do Brasil, a população não consegue fazer do uso um hábito.

“É uma proteção fácil de se fazer, basta incluir na rotina. Eu costumo falar aos meus pacientes que todos os dias você acorda, escova os dentes e não pensa mais em fazer isso, é automático. No caso do protetor solar também, você inclui na sua rotina e não tem que pensar em fazer, é preciso tornar isso uma rotina no dia-a-dia. No início do dia e depois do almoço”, recomenda.

Na opinião do médico, o público masculino é mais propenso a adquirir a doença. De acordo com Paiva, o fato de as mulheres possuírem o hábito diário de se produzir e utilizar maquiagem e cosméticos com proteção aos raios ultravioleta, ajuda na prevenção.

“Naturalmente a mulher se cuida mais, procura mais o médico e cuida melhor da pele, usa hidratante, maquiagem, então ela não tem uma resistência tão grande ao uso do protetor solar quanto o homem. O homem tem uma resistência muito grande porque fala que a pele fica melecada, pesada, que vai suar e irrita o olho. Mas hoje você opção de protetores solares em gel, bem secos, que não deixam a pele tão oleosa, sem perfume e antialérgicos”, pondera.

O câncer de pele pode ser causado por exposição a luzes artificiais e câmaras de bronzeamento. No entanto, de acordo com Paixa, 90% a 95% dos casos de câncer de pele estão relacionados à exposição ao sol. Segundo o oncologista, qualquer alteração na superfície da pele que não tiver cicatrização em até duas semanas, precisa ter atenção médica.

“Qualquer lesão cutânea, caroço, ferida, cor diferente, que no máximo em 15 dias não tem cicatrização ou está evoluindo, deve procurar uma orientação médica. A lesão causa alteração na estrutura do DNA da célula e isso vai provocar que essa célula se torne cancerígena e se multiplique”, ressalta.

A campanha Dezembro Laranja traz a conscientização sobre a moderação à exposição solar. Segundo o médico, quando a exposição ocorre com parcimônia, o risco é menor. Confira a seguir dicas da Sociedade Brasileira de Dermatologia para prevenir o câncer de pele.

– Usar chapéus, camisetas e protetores solares.

– Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16h (horário de verão).

– Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.

– Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia-a-dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.

– Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.

– Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.

– Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.