Com a intenção confirmada do PSD de ingressar nas ações propostas pelo ex-vereador Paulo Daher (PMN), que pretende anular a eleição para a prefeitura de Goiânia realizada em 2020, o presidente do PSD Metropolitado, Simeyzon Silveira, afirmou em entrevista à Sagres que o partido sempre surgiu como parte interessada neste processo e que até avaliou entrar com uma ação própria. “Nos sentíamos comtemplados, a princípio com a ação proposta pelo PMN. Na época, até pensávamos em fazer o mesmo, porém não justificava fazer uma ação com o mesmo teor, então aguardamos o desdobramento”.

Segundo Simeyzon, o PSD tem legitimidade para entrar na ação pois foram diretamente prejudicados no pleito eleitoral de 2020. O presidente afirmou que o estado de saúde do então candidato Maguito Vilela, internado para tratamento da Covid-19, fez com que o partido tivesse que discutir as propostas para a cidade sozinhos. “Nós disputamos um pleito altamente comprometido, que entendemos que houve fraude nesse processo desde a eleição até a posse”.

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O presidente Metropolitano do PSD contou que durante as eleições, o partido já tinha a intenção de fazer alguns questionamentos sobre o processo. Porém, o que também chamou atenção do grupo foi a posse de Maguito Vilela, que ocorreu de maneira remota. “Sem precedentes o que aconteceu naquela posse, com indícios de irregularidades até criminais”.

Simeyzon procurou deixar claro que o senador Vanderlan Cardoso (PSD), candidato derrotado nas urnas em 2020, não foi o mentor de nenhuma das ações, mas sim que houve um entendimento dos partidos que compuseram a coligação no pleito.

As recentes mudanças na prefeitura de Goiânia, que trocou, praticamente, todo o seu secretariado, tirando do comando das pastas, nomes escolhidos por Maguito Vilela, causou um rompimento entre o atual prefeito, Rogério Cruz e um grupo do MDB, comandado pelo filho de Maguito e presidente regional do partido, Daniel Vilela. Simeyzon afirmou que desde a disputa eleitoral, já sabia que isso aconteceria.

“E aconteceu muito rápido. A gente cogitava que isso iria acontecer no primeiro ano, que era inevitável. Agora, aconteceu nos primeiros dias e com tudo isso, a nossa preocupação é com a gestão, com a cidade que nós discutíamos praticamente sozinhos na eleição porque não tínhamos adversário”.

Além das diversas mudanças no secretariado, as negociações de cargos na Câmara de Vereadores para que o prefeito faça sua base, foi motivo de alerta de Simeyzon, que declarou que nunca viu “algo tão fora da normalidade, uma cultura perigosíssima sendo criada, um balcão de negócios sendo montado de uma forma muito rápida”. É por esse motivo que o partido voltou a manifestar intenção de ingressar nas ações, segundo o presidente. “nós não podemos simplesmente ficar assistindo isso”.

O presidente ainda afirmou que as provas para o processo estão sendo recolhidas e que médicos estão sendo intimados para que seja provado que, à época, Maguito Vilela não tinha capacidade de disputar a prefeitura. “Os indícios jurídicos eles são muito fortes, tanto no processo eleitoral, quando no processo de posse”.