O documentário “O Contato”, que estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (15), narra a colonização do Alto Rio Negro, Amazonas, a partir das perspectivas dos povos indígenas da região. Dirigido por Vicente Ferraz, conhecido por “Soy Cuba — O Mamute Siberiano” e “A Estrada 47”, e produzido por Juliana de Carvalho, da Bang Filmes, o longa é falado em quatro línguas indígenas e mergulha na realidade de diferentes etnias — Yanomami, Arapaso, Baniwa e Hupda.

Gravado em São Gabriel da Cachoeira, município de grande diversidade étnica, “O Contato” explora os desafios do contato inicial entre indígenas e não indígenas e os impactos dessa interação até os dias atuais. O filme estreou em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador, com sessões previstas em Manaus e Caxias do Sul nas semanas seguintes.

Após participar da Mostra Ecofalante de Cinema 2024, em São Paulo, e da Mostra Competitiva do Festival É Tudo Verdade em 2023, o documentário teve exibições internacionais, como no Festival Internacional do Novo Cine Latino-Americano, em Havana, Cuba. A distribuição no Brasil é feita pela Pipa Pictures.

Além da narrativa central, o longa-metragem apresenta três histórias interligadas pelo Rio Negro, percorrendo cerca de três mil quilômetros. Os personagens centrais incluem um grupo Yanomami que exibe um filme em sua aldeia, uma mulher Arapaso que cuida da filha na cidade, e uma família Hupda e Baniwa que celebra a união de seus povos.

Iniciativas

“O Contato” não só conta histórias, mas também promoveu iniciativas de apoio às comunidades indígenas envolvidas, como a construção de escolas e centros sociais, além do fornecimento de equipamentos tecnológicos. A produção foi patrocinada por empresas como Austral, Valid, Civil Master e CSP Consultoria e Informática, com apoio do Fundo Setorial do Audiovisual/ ANCINE/ BRDE.

“‘O Contato’ foi feito para o público não indígena. Os povos originários conhecem esse cenário exuberante e essa história há muitos anos. Mas é essencial que todos os brasileiros entendam as verdadeiras consequências da invasão dos europeus colonizadores e mais recentemente do poder da ganância”, ressalta a produtora Juliana de Carvalho.

Este documentário é uma oportunidade para o público não indígena conhecer e refletir sobre a rica cultura e os desafios enfrentados pelos povos originários, conforme ressaltado pela produtora Juliana de Carvalho.

“O grande desafio de realizar um filme sobre um universo aparentemente distante e complexo foi criar um recorte capaz de sintetizar diversos assuntos. Por isso, optei por acompanhar a jornada de algumas mulheres que estavam em busca de solucionar seus dramas familiares. Ao estabelecer uma ponte com elas, descobri que essas histórias, apesar de singulares, são universais e capazes de levar o espectador a entender as consequências da colonização no Alto Rio Negro fazendo uma imersão em uma realidade pouco conhecida dos brasileiros”, afirma o diretor Vicente Ferraz.

“Me entrego 100% aos filmes que faço. Com ‘O Contato’ não é diferente. Tenho a responsabilidade de honrar as empresas que nos patrocinaram, os fundos de recursos públicos e leis de incentivo fiscal que apoiam a produção de cinema no Brasil e acima de tudo as pessoas que se dispuseram a contar suas histórias para o nosso filme. Fazer cinema é um trabalho artesanal e intenso, que só é possível com ética e fé na relevância do conteúdo”, ressalta Juliana.

Confira abaixo o trailer o documentário:

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades

Leia também: