Você já ouviu falar em economia criativa? Se ainda não, fique sabendo que pensar em novas maneiras de desenvolvimento que vão além da visão exclusiva de crescimento econômico já é uma realidade.

Inovação, cultura, tecnologia, sustentabilidade e, claro, criatividade, são alguns dos termos que estão diretamente ligados à economia criativa. O livro de John Howkins, “The Creative Economy: How People Make Money From Ideas”, publicado em 2001, é tido como figura paterna desta ideia. No Brasil, a obra se chama “Economia Criativa. Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas”.

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Mas foi na pandemia que ela se consolidou. No período em que lojam precisaram fechar as portas, a economia criativa oportunizou novas ideias e impulsionou o empreendedorismo digital, por exemplo.

Cinema, design, arquitetura, artes cênicas e visuais, artesanato, mídia e publicidade, jogos eletrônicos e videogames, moda, música, tecnologia, turismo. A economia criativa já pode ser vista em todas essas áreas. Ela está no filme via streaming, nos games pelo smartphone, nas entregas e corridas por aplicativos, nas fintechs (estruturas semelhantes aos bancos, mas integralmente digitais).

O professor e especialista em Economia, Luiz Carlos Ongaratto, em entrevista à Sagres, deu mais detalhes do que consiste esse setor. ”São atividades que têm um peso para a economia e, principalmente, com a economia do século 21, que é altamente mecanizada. São atividades que a gente não consegue automatizar, são essencialmente humanas”, afirmou o professor.

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Na economia criativa, como o nome já diz, é a criatividade que dá valor ao produto, e é nela que está a base para a geração de renda. De acordo com o instituto British Council, ela mistura valores econômicos com valores culturais a partir da educação, artes, infraestrutura digital e finanças.

De acordo com o especialista, um exemplo de tecnologia aliada à economia criativa são as figurinhas compartilhadas em aplicativos de mensagens, como os stickers do WhatsApp.

“São centenas de milhares de dólares aquelas figurinhas que a gente compartilha e as originais estão sendo tratadas como obras de arte”, destaca.

O ano de 2021, por exemplo, 2021 foi declarado o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável pelas Nações Unidas. De acordo com a ONU, as atividades do setor cultural representam 6,1% da economia mundial e geram renda anual de US$ 2,25 bilhões, além de quase 30 milhões de empregos no mundo.

Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em 2017, a indústria criativa gerou R$ 171,5 bilhões (mais de 2,6% do PIB) e uma força de trabalho com mais de 837 mil trabalhadores formalizados.

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