O governador de São Paulo, João Doria, iniciou neste sábado (10), visitas pelo país visando busca de apoio para as prévias do partido para definição de candidato à presidente da República em 2022 e ainda para tentar uma quebra de polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Doria classificou os dois possíveis adversários como opções do “Horror” e “Terror”.

Doria esteve em Campo Grande (MS) e seguiu para Goiânia. Ele participou de encontros com lideranças tucanas. Em Goiânia, participaram deputados estaduais, vereadores e prefeitos, além dos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton.

João Doria argumentou que é um “filho das prévias” e que é “leal as pessoas”. Doria disse que o PSDB acerta ao promover prévias e disse que os outros nomes que estão na disputa com ele são qualificados. Para o governador de São Paulo, as prévias unem.

“Prévias não dividem, não fracionam, engrandecem, unem e promovem democracia. O PSDB tomou a decisão acertada de fazer prévias para presidência da República. Está fazendo num movimento importante e com quatro excepcionais candidatos”, afirmou. Ele completou destacando que nenhum candidato tucano atacará outro nome do partido.

O ex-governador Marconi Perillo relatou que tem uma relação antiga com João Doria e que merecia uma recepção à altura, devido à importância dele para o PSDB. Marconi disse ainda que Doria o acolheu em São Paulo no momento que mais precisava e que caso os outros pré-candidatos pelo partido queiram vir à Goiás serão recebidos pelas lideranças.

“Eu tenho uma relação histórica, antiga, com o governador Doria, são mais de 20 anos de amizade e é claro que ele não poderia vir sem uma recepção à altura, pela importância que ele tem para o partido e para o Brasil. Nossos deputados, nossa vereadora, nossos prefeitos se mobiliaram para que ele pudesse ter a recepção à altura. Ele merece nossa atenção. Claro que os outros que quiserem vir ao estado também serão muito bem recebidos. Eu particularmente recebo o governador João Doria como amigo, e uma pessoa que tenho uma convivência excelente e que me acolheu como amigo, como companheiro quando eu mais precisei. Não poderia ser diferente”, disse Marconi.

Foto: Samuel Straioto

Polarização
O governador de São Paulo citou que as prévias já ajudam a colaborar para a quebra de polarização entre Jair Bolsonaro e Lula. Ele argumentou que 45% dos brasileiros não querem nem a Esquerda, nem a Direita. Ela classificou Lula e Bolsonaro como opções do Horror e Terror. Ele classificou que o PSDB não será a terceira via, mas a “melhor via”.

“A polarização é circunstancial neste momento, nós vamos trabalhar para romper essa polarização e por isso as prévias do PSDB são contributivas neste sentido, ela fortalece, pois os candidatos circulam pelo país e fortaleçam o PSDB. O PSDB será a melhor via e não a terceira via. Será a melhor via. Pessoalmente, dados as pesquisas feitas recentemente, cerca de 45% dos brasileiros não querem Lula, nem Bolsonaro. Eles não oferecem uma opção democrática, sincera, valorizadora da vida, da vacina, do desenvolvimento econômico, da proteção ambiental, do respeito aos Direitos Humanos, do respeito aos jornalistas e ao jornalismo livre e a multilaridade de um país que se distanciou de outras nações. Não será nem Lula, nem Bolsonaro, não será nem horror, nem terror. Será a opção do amor, do amor pela vida, pelas pessoas”, destacou.

Doria defendeu que sejam tratados temas como Saúde e Emprego, devido às fragilidades das duas áreas neste momento de pandemia.

Apoios
O governador de São Paulo citou que ainda é cedo para se pensar em alianças. De toda forma, ele ressaltou a necessidade de líderes do centro democrático estarem juntos visando a eleição de 2022. Ele argumentou que caso seja vencedor, as prévias poderão fortalecê-lo.

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“Ainda é cedo para formar coalizões e encontrar parceiros para o projeto do PSDB. Mas é seguro que nós o faremos e devemos fazer para construir uma candidatura fortalecida. Primeiro precisamos finalizar as prévias, concluir as prévias que vão acontecer no dia 21 de novembro, se vencer as prévias estarei habilitado e fortalecido pelos resultados das prévias para dialogar com outros partidos que certamente desejarão compor este centro democrático para ficar distante dos extremos, tanto da extrema esquerda, quanto na extrema direita, mas este entendimento será logo após as prévias do PSDB”, disse Doria.

Manifestações
Joao Doria lamentou as manifestações do presidente Jair Bolsonaro contra as instituições brasileiras e ainda mais recentemente contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Doria classificou o governo Bolsonaro de negacionista e incompetente. Ele disse que vai defender a constituição, a liberdade e a democracia.

“Eu refuto como Democrata que sou as tentativas, as manifestações do presidente Jair Bolsonaro afrontando a constituição, o Congresso Nacional, afrontando o Supremo Tribunal Federal e agora afrontando o Tribunal Superior Eleitoral, inclusive utilizando palavras chulas referentes ao presidente Luís Barroso do TSE e o ministro Alexandre de Morais do STF. Numa República que obedece a constituição, nós além de um negacionista, um incompetente, um presidente que desrespeita a democracia, que flerta com golpes, como democrata que sou, governador eleito com 11 milhões de votos, somos democratas e vamos defender a constituição, a liberdade e a democracia”, argumentou o governador paulista.

Arrependimento
Doria declarou estar arrependido por ter votado em Jair Bolsonaro. Ele disse que o governo já mostrou ineficiência antes mesmo da pandemia da Covid-19. O governador destacou que errou, mas que não errará duas vezes.

“Sim. Me arrependo, assim como 25 milhões de brasileiros que votaram em Jair Bolsonaro também se arrependem deste voto. Assim como eu, Sérgio Moro se arrepende deste voto, assim como eu, Luiz Henrique Mandetta também se arrepende deste voto. Nós acreditaríamos que fosse uma candidatura anti-PT que respeitaria os valores democráticos que protegesse as pessoas e compreendesse a dimensão da transformação do Brasil. Não foi o que aconteceu e não precisou de muito tempo para isso. Mesmo antes da pandemia, o governo Bolsonaro se mostrou a ser um governo equivocado, incompetente, desleixado, despreparado, distante da população, que tem projeto pessoal e familiar, errei, admito meu erro, não erro duas vezes”, relatou.

João Doria ainda destacou que o PSDB já governou o Brasil com administrações de Fernando Henrique Cardoso que deram estabilidade para o país. O governador criticou a área da Educação do governo do presidente Jair Bolsonaro.