A Escola Municipal Joana Angélica Rissares Paganin, em Aparecida de Goiânia, gera oportunidade, acolhimento, carinho, empatia, respeito, amor, amizade e aprendizagem para os seus estudantes que possuem algum tipo de deficiência. Na unidade de ensino da diretora Ádria França tem dez professores de apoio exclusivamente para promover a educação inclusiva.
“Eles desenvolvem um trabalho maravilhoso com cada criança na sua individualidade porque as crianças vem dando ótimos resultados, estão crescendo. As próprias famílias vem comentando e falando com a gente o quanto as crianças têm desenvolvido”, disse.
A diretora contou que as crianças com deficiência são tratadas da mesma forma que as demais, portanto, sempre sendo incluídas nas apresentações e em todos os aspectos do ambiente escolar.
Professor de apoio
Rejane Custódio é neuropsicopedagoga e é a professora de apoio da turma da professora regente Nilsolini de Albuquerque. Para ela, a inclusão é trabalhada na Escola Joana Angélica com uma visão única. “Ela traz realmente o que deve ser a inclusão”, afirmou. O trabalho de Rejane é muito valorizado pela professora Nilsolini, que aponta sua presença na sala de aula como algo de “suma importância”.
“A gente tem uma troca de experiências, então eu aprendo com ela e ela aprende comigo. Tem muitas atividades que ela utiliza com os alunos [com deficiência] que nós estendemos pra turma toda, porque é um conhecimento novo e os nossos alunos de acompanhamento especial percebem a inclusão, eles se sentem inseridos”, disse.
A professora de apoio é responsável pelo ensino especial dos estudantes com deficiência, mas detalha que é importante cuidar para que eles se sintam pertencentes a turma.
“Nós temos uma forma de trabalhar que a gente envolve a criança com a turma realmente usando a palavra inclusão. Ela deve ser incluída, então não existe aquilo de confeccionar materiais e dar esse material específico para ela em sala, isso não. Nós trabalhamos em consonância com o planejamento da professora regente”, explicou.
Atenção com os estudantes
O trabalho de inclusão na escola é reconhecido pelos alunos e pelas famílias, em cada avanço na educação e nas vitórias que eles alcançam a cada ano. “Eu tive muitas felicidades em colocar meu filho para estudar na Escola Joana Angélica”, contou a pedagoga Fernanda Fernandes.
Fernanda é mãe do Edward que está no quinto ano e está muito contente com o fato de que agora o filho escreve letra cursiva, lê várias palavras, frases e textos curtos. “Quando chegou aqui ele ainda não lia”, disse. Mas outra forma de inclusão na escola trouxe mais felicidade ainda para a família.
“Uma das grandes conquistas na minha opinião foi ele dançar na festa junina. Foi muito bacana porque ele não gosta muito do barulho, não gosta do movimento e a escola conseguiu entregar esse momento de festividade. Foi muito legal ver a participação dele na festa junina, isso deixou a mim e o pai muito emocionados”, compartilhou.
Momentos para comemorar
Marta Helena Ramos é empresária e Bianca Lopes é auxiliar de serviços gerais e as duas também são mães de estudantes da Escola Joana Angélica. Cada uma em particular tem momentos para comemorar das vidas dos filhos. O filho de Marta Helena é o Isaac Ramos, de 10 anos, que possui o Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
“Ele veio para cá esse ano e a experiência dele nesse local é muito boa, porque ele estudava em outras escolas conveniadas ou particulares, mas não tinha um bom desenvolvimento”, contou.
Então, a mãe de Isaac contou com muita alegria que um dia recebeu uma ligação emocionante do filho. “Eu estava na rua e ele me ligou e disse: ‘mãe, aconteceu algo muito importante na escola’. E eu perguntei o que é e ele: ‘eu tirei nota nove e eu nunca tinha tirado”. Aquilo ali tinha sido um máximo e ele achou muito bom”, celebrou.
Um ser humano comum
A educação inclusiva é muito importante para os estudantes que possuem algum tipo de deficiência, tanto na vivência social quanto no processo de aprendizagem. A filha de Bianca, a estudante de 10 anos Tauane Rosa, estuda na escola há seis anos e é da turma da professora Rejane.
“Ela não sabia de nada, não sabia ler e escrevia bem pouco. A professora Rejane ajudou muito a Tauane porque ela não gosta de socializar, então a Rejane está sempre tentando levar ela pra conversar com os colegas na hora do recreio e não deixa ela fora de nada”, disse.
Para Marta, Bianca e todas as mães de estudantes com deficiência da Escola Municipal Joana Angélica Rissares Paganin a educação inclusiva é uma caminho para que os seus filhos sejam um ser humano comum dentro das suas especificidades. “Meu sonho é que ele viva como uma criança normal como qualquer outra”, disse Marta.
“Então sonho que ele se profissionalize, que trabalhe, tenha uma vida, estude e que ele não seja rotulado pelo déficit, que ele seja visto como uma pessoa como qualquer outra criança. É isso que toda mãe deseja, que os nossos filhos sejam vistos como qualquer outro ser humano, como qualquer outra criança”, acrescentou Marta Helena.
Programa Educação
A segunda temporada do Educação está recheada de temas sobre a escola do presente. Ensino ambiental, financeiro, digital e muito mais. Quer descobrir se as escolas do país estão preparadas para essas novas habilidades e o que os profissionais da educação já estão fazendo para transmiti-las? É só acessar o canal do Sistema Sagres no YouTube!
O projeto de promoção da inclusão na Escola Municipal Joana Angélica Rissares Paganin, em Aparecida de Goiânia, é um dos casos de sucesso educacional que o programa já apresentou nas suas duas temporadas.
Assista o programa temático sobre “educação inclusiva” na íntegra.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade.
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