A Associação Goiana dos Municípios destituiu a atual diretoria em Assembleia realizada e convocou nova eleição, marcada para 29 de junho. A decisão ocorreu após imbróglio jurídico motivado pela prorrogação por um ano do mandato do ex-prefeito de Hidrolândia, Paulo Sérgio de Rezende (PSDB).

O prefeito de Gameleira, Wilson Tavares (DEM), pré-candidato à presidência da Associação, contou em entrevista à Sagres que a prorrogação foi feita sem a convocação dos prefeitos eleitos e reeleitos para este mandato.

“Ele prorrogou seu mandato, em 2020, com apenas 10 assinaturas. Então comecei a liderar com um monte de prefeitos insatisfeitos com essa posição do Paulinho [como é conhecido] de ter prorrogado o seu mandato. E, além de ter prorrogado sem nos escutar, ainda era ex-prefeito. Nós estávamos com a Associação Goiana composta só de ex-prefeitos. Então nós conseguimos mais de 150 assinaturas e convocamos a assembleia”.

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Uma outra ação feita pelos prefeitos foi a retomada do tempo de mandato para dois anos. Paulinho, com a prorrogação, por exemplo, ficaria três anos, ou seja, dessa maneira, um presidente permaneceria um ano após o fim do mandato como gestor municipal.

Outra insatisfação dos prefeitos ocorria porque, segundo Wilson, Paulinho usava a Associação para se promover pessoalmente, pois circulava a informação de que o político seria candidato a deputado estadual.

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Pré-candidato, Wilson Tavares ainda não conhece seus possíveis adversários para a presidência da AGM. O prefeito de Gameleira explicou que formar chapa é complicado, pois são necessários 53 prefeitos. “Não tem tantos [prefeitos] aptos a votar, devemos ter 180 no máximo. Eu sou um dos nomes que encabeça uma das chapas, com o nome AGM Nova e Forte de Novo. Então estamos dialogando com diversos prefeitos e com o governo do estado para chegar a um consenso”. Quem optar por se candidatar tem até 19 de junho para registrar a chapa.

Aliado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), Wilson contou que a bandeira dos prefeitos da AGM é a autonomia da Associação e que, por isso, as demandas levadas ao governador devem ser em favor dos municípios.

O prefeito de Gameleira ainda ressaltou que Caiado tem honrando com compromissos, mas citou contas atrasadas que ainda precisam ser pagas. “Na transição de governo ficaram alguns débitos com os municípios […] 13 parcelas do governo anterior em aberto, da saúde, um cofinanciamento que a saúde nos repassa”.

Wilson afirmou que esse é um dos motivos para que seja conduzida uma conversa com o governo estadual, pois é necessário saber se haverá ou não o pagamento dessa dívida, que segundo o prefeito, está acima de R$ 100 milhões.

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